Parte 5/11
Comentários do Sr Quicherat
Esta pergunta foi discutida e discutida por um sábio (...) Sr. Quicherat,
Comentários do Sr Quicherat
Esta pergunta foi discutida e discutida por um sábio (...) Sr. Quicherat,
(...) Ele se propôs estabelecê-los sem pretender explicá-los, de maneira que sua crítica, independente de todo sistema preconcebido, se limitou a colocar as premissas as quais não quis mesmo preverás conclusões.
"Está claro, disse ele, que os curiosos quererão ir mais longe, e raciocinar sob uma causa da qual não lhes bastará admirar os efeitos. Teólogos, psicólogos, fisiologistas, não tenho soluções a lhes indicar: que procurem, se o podem, cada um de seu ponto de vista, os elementos de uma apreciação que desafie todo contraditor. A única coisa que me sinto capaz de fazer na direção para onde se exercerá semelhante pesquisa, é de apresentar, sob sua forma mais precisa, as particularidades da vida de Jeanne d'Arc, que parecem sair do círculo das faculdades humanas.”
"A particularidade mais importante, a que domina todas as outras, é o fato da voz que ela ouvia várias vezes por dia, que a interpelava ou lhe respondia, da qual ela distinguia as entonações, com relação, sobretudo a São Miguel, à Santa Catarina e à Santa Margarida”.
Ao mesmo tempo, se manifestava uma viva luz, onde ela percebia o rosto de seus interlocutores: "Eu os vejo de meu corpo, dizia ela aos seus juízes, tão bem quanto vejo a vós mesmos." Sim, ela sustentava, com uma firmeza inquebrantável, que Deus a aconselhava por intermédio dos santos e dos anjos. Um instante, ela se desmentiu, fraquejou diante do medo do suplício; mas ela chorará essa fraqueza e a confessará publicamente; seu último grito nas chamas foi de que suas vozes não a tinham enganado e que suas revelações eram de Deus. É preciso, pois, concluir com o Sr. Quicherat que "sobre esse ponto a crítica mais severa não teve suspeita a levantar contra a sua boa fé." Uma vez constatado o fato, como certos sábios o explicaram?
R= De duas maneiras: ou pela loucura, ou pela simples alucinação.
Que disse disso o Sr. Quicherat?
R= Que ele previa grandes perigos para aqueles que quisessem classificar o fato da Pucelle entre os casos patológicos.
“Mas, acrescenta ele, que a ciência ali encontre ou não sua conta, por isto não será preciso admitir menos as visões, e, como vou fazê-lo ver, estranhas percepções de espírito provenientes dessas visões”. “Quais são as estranhas percepções de espírito”? Foram revelações que permitiram a Jeanne: ora conhecer os mais secretos pensamentos de certas pessoas, ora de perceber objetos fora do alcance de seus sentidos, ora de discernir e de anunciar o futuro.
As três espécies de revelação de Joana d'arc, conforme Sr Quicherat:
"O Sr. Quicherat cita para cada dessas três espécies de revelação "um exemplo assentado sobre bases tão sólidas, que não se pode, diz ele, rejeitá-lo sem rejeitar o próprio fundamento da História."
“Sinto”, disse a este propósito o Sr. Quicherat, quanto semelhante interpretação parece forte num tempo como o nosso; quão fracos, ao contrário, são os fragmentos do interrogatório que coloco em oposição; mas, quando se tem o processo inteiro sob os olhos, e que nele se vê de que maneira o acusado põe sua consciência a descoberto, então, é seu testemunho que é forte, e a interpretação dos raciocínios que é fraca.
Ela confessou isto em seu quarto interrogatório. Nisto seríamos reduzidos a esse testemunho, que o ceticismo, sem pôr em dúvida sua boa fé, poderia imputar seu dizer a uma ilusão de memória. Mas o que demonstra que ela predisse, efetivamente, seu ferimento, é que ela a recebeu em sete de maio de 1429, e que, em 12 de abril precedente, um embaixador flamengo, que estava na França, escreveu ao governo de Brabant uma carta onde era reportada não só a profecia, mas a maneira pela qual ela se cumpriria. Jeanne teve o ombro furado por um tiro de balista no assalto do forte Tourelles, e o enviado flamengo havia escrito: Ela deverá ser ferida com um tiro num combate diante de Orléans, mas não morrerá por isto. A passagem de sua carta foi consignada nos registros da Chambre dês comples de Bruxelles.
"Está claro, disse ele, que os curiosos quererão ir mais longe, e raciocinar sob uma causa da qual não lhes bastará admirar os efeitos. Teólogos, psicólogos, fisiologistas, não tenho soluções a lhes indicar: que procurem, se o podem, cada um de seu ponto de vista, os elementos de uma apreciação que desafie todo contraditor. A única coisa que me sinto capaz de fazer na direção para onde se exercerá semelhante pesquisa, é de apresentar, sob sua forma mais precisa, as particularidades da vida de Jeanne d'Arc, que parecem sair do círculo das faculdades humanas.”
"A particularidade mais importante, a que domina todas as outras, é o fato da voz que ela ouvia várias vezes por dia, que a interpelava ou lhe respondia, da qual ela distinguia as entonações, com relação, sobretudo a São Miguel, à Santa Catarina e à Santa Margarida”.
Ao mesmo tempo, se manifestava uma viva luz, onde ela percebia o rosto de seus interlocutores: "Eu os vejo de meu corpo, dizia ela aos seus juízes, tão bem quanto vejo a vós mesmos." Sim, ela sustentava, com uma firmeza inquebrantável, que Deus a aconselhava por intermédio dos santos e dos anjos. Um instante, ela se desmentiu, fraquejou diante do medo do suplício; mas ela chorará essa fraqueza e a confessará publicamente; seu último grito nas chamas foi de que suas vozes não a tinham enganado e que suas revelações eram de Deus. É preciso, pois, concluir com o Sr. Quicherat que "sobre esse ponto a crítica mais severa não teve suspeita a levantar contra a sua boa fé." Uma vez constatado o fato, como certos sábios o explicaram?
R= De duas maneiras: ou pela loucura, ou pela simples alucinação.
Que disse disso o Sr. Quicherat?
R= Que ele previa grandes perigos para aqueles que quisessem classificar o fato da Pucelle entre os casos patológicos.
“Mas, acrescenta ele, que a ciência ali encontre ou não sua conta, por isto não será preciso admitir menos as visões, e, como vou fazê-lo ver, estranhas percepções de espírito provenientes dessas visões”. “Quais são as estranhas percepções de espírito”? Foram revelações que permitiram a Jeanne: ora conhecer os mais secretos pensamentos de certas pessoas, ora de perceber objetos fora do alcance de seus sentidos, ora de discernir e de anunciar o futuro.
As três espécies de revelação de Joana d'arc, conforme Sr Quicherat:
"O Sr. Quicherat cita para cada dessas três espécies de revelação "um exemplo assentado sobre bases tão sólidas, que não se pode, diz ele, rejeitá-lo sem rejeitar o próprio fundamento da História."
- “Em primeiro lugar, Jeanne revela a Charles VII um segredo conhecido de Deus e dela, único meio que ela teve para forçara fé deste príncipe desconfiado”.
- “Em seguida, encontrando-se em Tours, ela discerniu que havia, entre Loches e Chinon, na igreja de Santa Catarina de Fierbois, enfiada a certa profundidade perto do altar, uma espada enferrujada e marcada com cinco cruzes”. A espada foi encontrada, e seus acusadores lhe imputaram, mais tarde, de ter sabido por ouvir dizer que a arma estava lá, ou de tê-lo feito ela mesma.
“Sinto”, disse a este propósito o Sr. Quicherat, quanto semelhante interpretação parece forte num tempo como o nosso; quão fracos, ao contrário, são os fragmentos do interrogatório que coloco em oposição; mas, quando se tem o processo inteiro sob os olhos, e que nele se vê de que maneira o acusado põe sua consciência a descoberto, então, é seu testemunho que é forte, e a interpretação dos raciocínios que é fraca.
- · “Deixo”, enfim, o próprio Sr. Quicherat contar uma das predições de Jeanne d'Arc: “Numa de suas primeiras conversações” com Charles VII, anuncia-lhe que, operando a libertação de Orléans, ela seria ferida, mas sem ser colocada fora do estado de agir; seus dois santos lhe haviam dito, e o acontecimento lhe prova que eles não a tinha enganado.
Ela confessou isto em seu quarto interrogatório. Nisto seríamos reduzidos a esse testemunho, que o ceticismo, sem pôr em dúvida sua boa fé, poderia imputar seu dizer a uma ilusão de memória. Mas o que demonstra que ela predisse, efetivamente, seu ferimento, é que ela a recebeu em sete de maio de 1429, e que, em 12 de abril precedente, um embaixador flamengo, que estava na França, escreveu ao governo de Brabant uma carta onde era reportada não só a profecia, mas a maneira pela qual ela se cumpriria. Jeanne teve o ombro furado por um tiro de balista no assalto do forte Tourelles, e o enviado flamengo havia escrito: Ela deverá ser ferida com um tiro num combate diante de Orléans, mas não morrerá por isto. A passagem de sua carta foi consignada nos registros da Chambre dês comples de Bruxelles.
Fonte: Revista Espírita, dezembro de 1867, Allan Kardec- FEB/RJ
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