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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Opositores a Mediunidade de Joana D'arc




Parte 6/11


"Um dos sábios cuja opinião lembrei ainda há pouco, o que fez de Jeanne d'Arc uma alucinada antes que uma louca, não contesta suas predições, e as atribui "a uma espécie de impressionabilidade sensitiva, a uma irradiação da força nervosa cujas leis ainda não são conhecidas."

"Se está bem seguro de que essas leis existem, e que jamais devem ser Conhecidas?

Enquanto elas não o forem, não vale mais confessar francamente sua ignorância do que propor tais explicações?


Toda hipótese é boa quando se trata de negar a ação da Providência, e a incredulidade a dispensa de todo raciocínio?

Não deveria se dizer que desde a origem dos tempos a imensa maioria dos homens concordou acreditar que existe um Deus pessoal, que depois de ter criado o mundo, o dirige e se manifesta quando lhe apraz por sinais extraordinários?

Se fizesse calar seu orgulho, não ouviriam esse concerto de todas as raças e de todas as gerações?

O que é maravilhoso é que se possa ter uma fé tão robusta em si mesma quando se fala em nome de uma ciência que é a mais incerta e a mais variável de todas, de uma ciência cujos adeptos não cessam de se contradizer, cujos sistemas morrem e nascem como a moda, sem que jamais a experiência haja podido deles arruinar ou assentar, definitivamente, um único.
Eu diria de bom grado a esses doutores em patologia: Se encontrardes enfermidades como as de Jeanne d'Arc, guarde-vos de curá-las; tratai antes que elas se tornem contagiosas.


A mediunidade ou alucinação de Joana Darc pelo comentador Sr Wallon



“Melhor inspirado, o Sr. Wallon, não pretendeu conhecer Jeanne d’Arc, melhor do que ela mesma se conheceu”. Colocado em face dos mais sinceros dos testemunhos, ouviu-o com interesse e concedeu-lhe uma confiança inteira. Essa mistura de bom senso e de elevação, de simplicidade e de grandeza, essa coragem sobre-humana, realçada ainda pelos curtos desfalecimentos da natureza, lhe apareceram não como sintomas de loucura ou de alucinação, mas como sinais brilhantes de heroísmo e de santidade. Lá, e não em outra parte, estava a crítica; de lá vem que, procurando a verdade, encontrou tanta eloquência, e ultrapassou todos aqueles que o tinham antecedido nesse caminho. Ele merece estar colocado na cabeça desses escritores dos quais o Sr. Quicherat disse excelentemente:

"Restituíram Jeanne tão inteira quanto puderam, e quanto mais se prenderam em reproduzir sua originalidade, mais encontraram o segredo de sua grandeza.”
O Sr. Quicherat achará muito natural que eu empreste suas palavras para caracterizar um sucesso para o qual contribuiu mais do que ninguém; porque, se não convencionou escrever ele mesmo a história de Jeanne d'Arc, é doravante impossível empreendê-la sem recorrer aos seus trabalhos. O Sr. Wallon, em particular, deles tirou um imenso proveito, sem ter quase nada a modificar, nem nos textos recolhidos pelo editor, nem em suas conclusões. No entanto, não as aceitou sem controle. É assim que assinala uma omissão involuntária da qual prevaleceu um escritor que pende antes para a alucinação do que para a inspiração de Jeanne d'Arc.

Lê-se, à página216 do Procés (tomo 1°):


  •  Jeanne d'Arc estava em jejum no dia em que ouviu, pela primeira vez, a voz do anjo, mas que ela não tinha jejuado no dia precedente. À página 52, ao contrário, Sr. Quicherat havia impresso: et ipsa Johanna jejun averat die proecedenti. Em suprimento à página 216a negação que falta à página 52, tinham-se dois jejuns consecutivos que pareciam uma causa suficiente de alucinação. O manuscrito não se presta, pois, a essa hipótese.

O Sr. Wallon constatou que a exatidão habitual do Sr.Quicherat achava-se aqui em falta, e que era preciso ler, à página 52,non jejunaverat. "A única divergência um pouco grave que se percebe entre os dois autores é quando eles apreciam os vícios de forma assinalados no processo. O Sr. Quicherat sustenta que Pierre Cauchon era muito hábil para cometer ilegalidades, e o Sr. Wallon o crê muito apaixonado por haver podido disso se defender
Eu não estou no estado de decidir essa questão; faria somente notar que ela tem no fundo pouca importância, uma vez que, de uma parte e de outra, se está de acordo sobre a iniqüidade do julgamento e a inocência da vítima.

"Encontro o Sr. Wallon afirmando como Sr. Quicherat, contrariamente a uma opinião já antiga e que conserva ainda partidários,

  •  Charles VII, uma vez sagrado em Reims, Jeanne d'Arc não tinha ainda cumprido toda a sua missão; porque ela mesma tinha anunciado como devendo, além disso, expulsar os Ingleses. Deixo de propósito de lado a libertação do duque de Orléans, porque é um ponto sobre o qual suas declarações não são tão explícitas.
  •  Mas pelo que concerne à expulsão dos Ingleses, tem-se a própria carta que ela lhe dirigiu no dia 22 de março de 1429:
"Aqui vim da parte de Deus, o rei do céu,corpo por corpo, para vos empurrar fora de toda a França." Jeanne d'Arc


  •  "Ainda aqui, o Sr. Wallon fez boa crítica: ele não divide os testemunhos de Jeanne d'Arc, aceita-os todos e os proclama sinceros, mesmo quando parecem não ser mais proféticos. Eu acrescento que ele o justifica plenamente mostrando que, se ela tinha a missão de expulsar os Ingleses, não tinha prometido de tudo executar por ela mesma, mas que ela começou a obra e lhe predisse o término. O Sr. Wallon sentiu-a bem; não é compreender Jeanne d'Arc senão glorificá-la em seus triunfos para negá-la em sua paixão.
"Nós sobretudo, que conhecemos o desfecho desse drama maravilhoso, nós que sabemos que os Ingleses foram, com efeito, expulsos do reino e a coroa de Reims consolidada na fronte de Charles VII, devemos crer, com o Sr. Wallon, que Deus não cessou jamais de inspirar aquela da qual lhe aprouve consagrar a grandeza pela prova e a santidade pelo martírio." - N. de Wailly.
Aquele de nossos correspondentes de Anvers, que consentiu em nos enviar o artigo acima, acrescentou-lhe a nota adiante proveniente de suas pesquisas pessoais sobre o processo de Jeanne d'Arc:


"Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, e um inquisidor chamado Lemaire, assistidos por sessenta assessores, foram os juizes de Jeanne. Seu processo foi instruído segundo as formas misteriosas e bárbaras da Inquisição, que havia jurado sua perda. Ela nele quis se reportar ao julgamento do Papa e do Concilio de Bale, mas o bispo a isto se opôs. Um padre, L’Oyseleur, a engana abusando da confissão, e lhe dá funestos conselhos. Em conseqüência de intrigas de toda sorte, ela foi condenada, em 1431, a ser queimada viva,

"como mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, adivinha, blasfemadora de Deus, descrente da fé de Jesus Cristo, vaidosa e idolatra, cruel, dissoluta, invocadora dos diabos, cismática e herética."

O Papa Calixte III, em 1456, fez pronunciar, por uma comissão eclesiástica, a reabilitação de Jeanne, e foi declarado, por um decreto solene, que Jeanne foi morta mártir pela defesa de sua religião, de sua pátria e de seu rei. O Papa quis muito canonizá-la, mas sua coragem não foi tão longe.
"Pierre Cauchon morreu subitamente, em 1443, fazendo a barba; ele foi excomungado; seu corpo foi desenterrado e lançado na lixeira.


Fonte: Revista Espírita , dezembro de 1867, Allan Kardec , FEB /RJ
Imagem: Google






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