No corpo físico, a percepção do mundo exterior é feita através dos órgãos dos sentidos, exceto o fato que nos permite perceber o meio que nos cerca através de todo o nosso organismo. Nós só podemos ouvir pelos nosso ouvidos, ver pelos olhos, degustar pelo paladar e sentir os odores pelo nosso olfato.
No entanto, no plano espiritual podem perceber o mundo espiritual através de todo o seu perispírito. Isto é, podem ver, sentir, ouvir, perceber odores e o gosto das substâncias, por qualquer parte do seu perispírito e não somente pelos seus órgõas dos sentidos.
Alguns fatos paranormais estudados pelos nossos cientistas parecem apoiar estes conceitos. Dr. César Lombroso, famoso metapsiquista italiano, teve no transcorrer de sua vida médiuns de renome à sua disposição e que lhe permitiram interessantes pesquisas e estudos. Certa feita, trabalhou com sensitivas que apresentavam uma sensibilidade exacerbada quando em estado hipnótico. Estas sensitivas, quando em transe hipnótico, eram capazes de perceber odores e sons pelas mais variadas localizações de seu corpo. Eram, por exemplo, capazes de sentir odores pelos pés ou ouvir pelos joelhos.
Se formos explicar o fato pela teoria espírita, ocorre que no indivíduo em transe hipnótico, o perispírito se expande e se exterioriza além dos limites corporais. Como a sensibilidade do perispírito é global, a capacidade de penetrar o meio externo pode acontecer em qualquer ponto do organismo. No entanto, quando o indívíduo sair do estado hipnótico, o perispírito se recolhe aos limites do corpo físico e a percepção exterior volta a ser percebida só através de sentidos físicos.
Outros fatos que também parecem cooperar para que se acredite na sensibilidade global do perispírito são as experiências conscientes de desdobramento.
O sr. Monroe, de nacionalidade americana, apresenta esta interessante caractetística de se desdobrar conscientemente. Muitas dessas experiências ele relata em seu livro Viagens Fora do Corpo.
Em uma dessas viagens, conta o sr. Monroe que andava por um determinado local quando, sem que virasse a cabeça, teve a sensação de ter visto um determinado objeto que estava situado atrás. Ao voltar a cabeça para trás, constatou a presença do objeto. Em inúmeras outras experiências de desdobramento, percebeu que poderia ver sem os olhos, até tomar consciência de que estando desdobrado e com sua consciência trabalhando em seu perispírito poderia ter uma visão de 360 graus e de que não necessitava dos olhos para ver. O "ver pelos olhos" era somente um condicionamento que adquirira com o seu corpo físico.
Revista Cristã de Espiritismo, edição 25.
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