– Capítulo VIII –
Da lei do progresso
1Estado de natureza. 2 Marcha do progresso. 3 Povos degenerados. 4 Civilização. 5 Progresso da legislação humana.
6 Influência do Espiritismo no progresso.
6 Influência do Espiritismo no progresso.
- 1 Estado de natureza
O estado de natureza é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado de natureza, ao passo que a lei natural contribui para o progresso da Humanidade. O homem não pode retrogradar para o estado de natureza, pois ele tem que progredir incessantemente. Desde que progride, é porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição, fora negar a lei do progresso.
- 2 Marcha do progresso
O Homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio de contato social. O progresso moral decorre do intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente. O progresso intelectual faz compreensível o bem e o mal, e o homem, assim, pode escolher. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. A moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.
O homem não tem o poder de paralisar a marcha do progresso, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la. Os que assim procedem, serão levados de roldão pela torrente que procuram deter. Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma. O maior obstáculo do progresso moral é o orgulho e o egoísmo, porquanto o intelectual se efetua sempre.
- 3 Povos degenerados
Mostra-nos a História que muitos povos, depois de abalos que os revolveram profundamente, recaíram na barbaria. Pois bem, os Espíritos que, encarnados, constituem o povo degenerado não são os que o constituíam ao tempo de seu esplendor. Os de então, tendo-se adiantado, passaram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto os outros, menos adiantados, tomaram o lugar que ficara vago e que também, a seu turno, terão um dia de deixar. As raças rebeldes vão se aniquilando corporalmente, todos os dias.
Os povos, que apenas vivem a vida do corpo, nascem, crescem e morrem, porque a força de um povo se exaure, como a de um homem. Mas, aqueles, cujas leis se harmonizam com as leis eternas do Criador, viverão e servirão de farol aos outros povos.
- 4 Civilização
A civilização é um progresso incompleto, porque o homem não passa subitamente da infância à madureza. Quando a moral estiver desenvolvida quanto à inteligência, a civilização alcançará condição para fazer com que desapareçam os males que haja produzido.
A civilização, como todas as coisas, apresenta gradações diversas. Uma civilização incompleta é um estado transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado primitivo. Nem por isso, entretanto, constitui menos um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, males que desaparecerão todos com o progresso moral.
- 5 Progresso da legislação humana
Se todos compreendessem as leis naturais, não seriam necessárias as leis especiais. Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens que, então, não mais precisarão de leis tão rigorosas.
- 6 Influência do Espiritismo no progresso
O Espiritismo tornar-se-á crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos. O Espiritismo contribui para o progresso destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o futuro. Abolindo os prejuízos de seita, de casta, e de cor, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.
Os Espíritos não ensinaram em todos os tempos o que ensinam hoje, porquanto, cada coisa vem a seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora. Com os seus ensinos, embora incompletos, preparam o terreno para receber a semente que vai frutificar.
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