– Capítulo IV –
Da lei de reprodução
1 População do globo. 2 Sucessão e aperfeiçoamento das raças. 3 Obstáculos à reprodução. 4 Casamento e celibato. 5 Poligamia.
- 1 População do globo
É lei da Natureza a reprodução dos serves vivos, sem o que o mundo corporal pereceria. Mesmo com a progressão crescente que vemos, a população não chegará a ser excessiva, pois Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil faz. O homem, que apenas vê um canto do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.
- 2 Sucessão e aperfeiçoamento das raças
Há raças humanas que decrescem, mas outras lhes terão tomado o lugar, como outras um dia tomarão o lugar das atuais. Os homens atuais não formam uma criação nova, pois são os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, mas que ainda estão longe da perfeição. Assim, a atual raça humana, que, pelo seu crescimento, tende a invadir a Terra e a substituir as raças que se extinguem, terá sua fase de crescimento e de desaparição. Substituí-la-ão outras raças mais aperfeiçoadas, que descenderão da atual, como os homens civilizados de hoje descendem dos seres brutos e selvagens dos tempos primitivos. A origem das raças se perde na noite dos tempos. As raças animais e vegetais podem ser aperfeiçoadas pela Ciência. Sendo a perfeição a meta para que tende a Natureza, favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus.
- 3 Obstáculos À reprodução
Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrario à lei geral. Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam. Quanto, porém, aos usos cujo efeito consiste em obstar à reprodução, para satisfação da sensualidade, trata-se da predominância do corpo sobre a alma, o que demonstra quanto o homem é material.
- 4 Casamento e celibato
O casamento representa uma medida para a marcha e progresso da humanidade. Sua abolição seria uma regressão à vida dos animais. A indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei humana. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis. O celibato voluntário, entretanto, representa egoísmo e desagrada a Deus e engana o mundo. Não se deve confundir o celibato voluntário com aquele que é feito, como sacrifício, a serviço da humanidade, porque todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito.
- 5 Poligamia
A poligamia é lei humana cuja abolição marcou um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.
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