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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Das Leis Morais - 12

– Capítulo XII –

Da perfeição moral

1 As virtudes e os vícios. 2 Paixões. 3 O egoísmo. 4 Caracteres do homem de bem. 5 Conhecimento de si mesmo.


1 As virtudes e os vícios

A virtude mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Toda virtude, entretanto, tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.
O interesse pessoal é o sinal mais característico da imperfeição do homem. Freqüentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.
O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse, e aquele que o faz sem idéia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural de seu coração. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma das boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.
Não é reprovável que cobicemos a riqueza para fazer o bem, pois tal sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro. Mas, será sempre bastante desinteressado esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não será de fazer o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que cogita aquele, em quem tal desejo se manifesta?
O homem que se põe a estudar os defeitos alheios incorre em grande culpa, porque será faltar com a caridade, principalmente se o fizer para criticar e divulgar. Antes de censurarmos as imperfeições dos outros, vejamos se de nós poderão dizer o mesmo. Tratemos, pois, de possuir qualidades opostas aos defeitos que criticamos no nosso semelhante. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes mau do que bom exemplo. Demais, se tem empenho em provar a sua sinceridade, apoiemos o que disser nos exemplos que dê.


2 Paixões

A paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixamos de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para nós mesmos, ou para outrem.
O homem, pelos seus esforços, pode vencer as más inclinações. O que lhe falta é a vontade, mas, se pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.


3 O egoísmo

Dentre todos os vícios, o mais radical é o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Quem quiser, desde esta vida, ir-se aproximando da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser ele incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. O egoísmo funda-se no sentimento do interesse pessoal, mas, à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Quando os homens se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento de solidariedade.


4 Caracteres do homem de bem

Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça. É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raça, nem de crenças. Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.


5 Conhecimento de si mesmo

O meio mais prático e mais eficaz para o homem se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal, é o que indicou um sábio da antigüidade, quando disse: Conhece-te a ti mesmo.
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Muitas falhas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precioso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

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