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domingo, 29 de maio de 2011

Retificações Necessárias



O homem, habitante deste orbe de expiações e provas, limitado em seus conhecimentos de tantas e tantas coisas do mundo que o rodeia, desconhecendo a si mesmo, tem, entretanto, a intuição de que um Ser Supremo em Amor, Poder e Sabedoria é não só seu Criador, mas a Causa de tudo quanto existe.
Ser espiritual que é, a intuição do Infinito jamais lhe foi cerceada, apesar de sua ignorância.
Daí as crenças, desde os tempos primitivos, em deuses de variadas denominações, e, forças superiores não definidas.
Surgiram poateriormente as religiões, com seus cultos e justificações, eivados de superstições e erros, mas sempre em busca de explicações a respeito do fenômeno da vida e da Criação.
Em toda trajetória do homem na Terra, jamais faltou a assistência de su Guia e Governador, o Cristo de Deus, o Verbo do princípio, acompanhando o lento progresso da humanidade com infinita paciência e amor.
Hoje sabemos que o acompanhamento do progresso dos habitantes deste planeta pelo Cristo docorre de determinação de Deus nosso Pai e Criador. Ele é o Guia da Humanidade.
Graças à REvolução Espírita, a última das grandes intervenções do Plano Espiritual Supervisor em favor da humanidade, aclararam-se várias passagens evangélicas malcompreendidas, que deram origem a confusões e distorções no seio das denominadas igrejas cristãs.
Assom, tornou-se claro que o Criador, o Deus de nossos corações, é o poder Infinito, criador dos Universos Espirituais e materiais.
Indefinível para nós, seres finitos em evolução, preferiram os Espíritos Reveladores oferecer-nos uma idéia genérica sobre a grandeza e o poder ilimitado de Deus, "a Inteligência Seprema, causa primária de todas as coisas".
Alertaram-nos, ainda, "que há coisas que estão acima da intelig~encia do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios de exprimir". (Questão 13 de O livro dos Espíritos.)
Por isso, por enquanto nos basta conhecer alguns dos atributos do Criador Supremo, que "é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom". (Idem.)
Essas idéias, que nos foram transmitidas pelos Espíritos Reveladores, permitem-nos retificar uma série de conceitos enganosos constantes das Escrituras do Novo e do Velho Testamentos, como também dos textos de livros de outras religiões orientais.
Ao mesmo tempo, o ensino calro dos Espíritos repele o panteísmo, em todas as suas formas, mostrando-nos, pela razão, que o Criador e as criaturas não se confundem, já que as criaturas jamais poderão transformar-se no próprio Deus.
O Livro dos Espíritos, ao tratar das causas primárias e de Deus, em seu primeiro capítulo, clarifica uma série de idéias de suma importância para que o homem possa entender a si mesmo, a Natureza, os ensinos de Jesus, constantes dos Evangelhos, e muitos ensinos ministrados pelas diversas religiões do mundo.
A Religião dos Espíritos, vindo ao mundo séculos e milênios após a formulação e instituião das diversas denominações religiosas, encontra uma humanidade que já havia progredido muito em termos de conhecimento científicos.
Depois das teorias comprovadas de Nicolau Copérnico e de Galileu Galilei, a Terra deixou de ser tomada como o centro do Universo, em torno da qual giravam o sol e os outros corpos celestes. Sua forma não era plana, como se pensava, mas esférica, como a dos demias astros da abóbada celeste visível.
A Terra passou a ser encarada não mais como o único mundo onde a vida se manisfesta. Era preciso considerar-se os bilhões de estrelas, planetas, satélites e outros corpos celestes, componentes de milhões de galáxias espalhadas pelo infinito do Universo.
Essa nova concepção cósmica, a partir do século XVII, alida ao desenvolvimento das ciências nos séculos seguintes, preparou a humanidade para que pudesse evoluir consideravelmente no campo do conhecimento e também no campo moral-espiritual.
Podemos compreender, assim, a razão por que somente em meados do século XVIII o Governador Espiritual deste orbe enviuou o outro Consolador prometido quando de sua passagem pela Terra.
É que, sem uma base de conhecimentos mínimos, a respeito de si mesmo, como Espírito imortal, e do mundo em que vive, dentro do Universo infinito, e, de outro lado, cerceado em sua liberdade por século de milênios, o homem não tinha condições de tomar conhecimento, de forma satisfatória, de verdades e realidades novas para ele, embora essas verdades já tivessem sido referidas antes, de forma velada, tanto pelo próprio Cristo quanto por seus emissários.
Quando chega ao mundo a Terceira Revelação, a Doutrina dos Espíritos, é o Cristo de volta, cumprindo sua promessa de enviar outro Consolador, revelando novas realidades e retificando o que fora mal-entendido.
Como simples ilustração dessas acertativas, vemos, no Velho Testamento, que Deus é apresentado so povo hebreu sob aspectos contraditórios. Ora é o pai bondoso e misericordioso, para, em seguida, mostrar-se impiedoso para com os flhos culpados.
De outras vezes é referido ao nível das paixões humanas, implacável, vingativo, exclusivo da raça hebraica, devendo ser temido em vez de ser amado, como nos ensinos do cristo.
A Doutrina Espírita vê o Velho Testamento como o livro sagrado do povo hebreu, contendo verdades reveladas; como os Dez Mandamento, ao lado de regras humanas para a época e narrativas por vezes contraditórias.
Ora, as Revelações se ajustam às épocas e aos estágios de vivência seja de um povo, de uma civilização, ou de considerável parcela da Humanidade.
Por isso as Revelações são sucessivas.
Já no novo testamento, os Evangelhos contêm os ensinos do cristo para todos os homens, de quaisquer nacionalidades ou de quaisquer épocas, já que são verdades eternas, desde que entendidas em espíritos, escoimadas das interpretações e adições humanas.
O último estágio das revelações, a Revelção dos Espíritos, aclara todas as anteriores, considerada o estágio atual das ciências e a capacidade de entendimento de considerável parte da Humanidade, sem fechar as portas ao progresso e á evolução, comportando, portanto, novos conhecimentos, como já tem ocorrido.
Cpítulo especial na busca permanente da verdade e de novos conhecimentos é o que se refere às interpretações dos textos considerados sagrados, ou básicos, nas diversas escrituras das religiões.
Precisamos considerar que a linguagem humana, falada ou escrita, nem sempre é precisa, exata, para expressar idéias e pensamentos.
As idéias originais são, muitas vezes, entendidas de forma diferente, quando não mutiladas na sua sigificação real.
Consideremos, então, certos textos, ou expressões verbais, para traduzir determinada idéia que originalmente está correta.
Entretando, essa mesma idéia ao ser transmitida por outrem, pode sofrer alteração em seu significado original, com grave prejuízo interpretativo.
Um exemplo tirado dos Evangelhos de jesus nos mostrará a gravidade do problema, com conseqüências importantíssimas na construção das doutrinas cristãs.
Disse Jesus certa vez, referindo-se a Si e a Deus:
"Eu e meu Pai somos um; Ele está em mim e eu estou n'Ele."
Noutra ocasiãoassim se expressou: "Eu e meu Pai somos uno." A idéia manifestada por Jesus era a de que Ele cumpria a vontade de seu Pai, unidos na mesma vontade expressa nas leis divinas, eternas.
Entretanto, não foi esse o entendimento dos homens que interpretaram os Evangelhos, formulando os teólogos a doutrina católica e protestente a respeito de Deus e do Cristo, considerados numa mesma pessoa; Deus-pai, Deus-filho e mais o Espírito Santo, numa trindade que não tem fundamento no espírito e na verdade dos Evangelhos.
E essa interpretação firmou-se no tempo,vindo até nossos dias, apesar de Jesus ter ensinado, em diversas ocasiões, que Ele era o "Filho de Deus", o Messias esperado por mais de setecentos anos, nas referências dos profetas de Israel.
Esse lastimável engano interpretativo transmitiu-se a milhões de indivíduos, pelos séculos sucessivos, com suas naturais conseqüências.
Somente a Doutrina dos Espíritos viria retificar o desvio, recolocando a verdade dos ensinos do Mestre, o "Filho de Deus", o Governador Espiritual deste mundo, nosso Irmão Maior, nosso Guia.
Outro escolho terrível que ocorre na transmissão das idéias, dos ensinos e dos conhecimentos em geral, acontece nas traduções de uma língua par a outra.
Cada língua humana tem sua gênese, suas expressões peculiares, sua maior ou menor riqueza de vocábulos etc.
Ocorre muitas vezes, nas traduções de uma língua para outra, a falta de cuidado ou a falta de conhecimento do tradutor para expressar a idéia exata que se encontra no original.
A literalidade nas traduções leva geralmente à modificação do original, especialmente quando se quer transpor idéias expostas numa língua pobre para outra rica em vocábulário e sinônimo.
Modernamente, tem-se verificado, quantos prejuízos, para os originais, ocorrem nas traduções, levando-se para a nova língua idéias que não constavam dos textos traduzidos.
No que concerne às traduções da Bíblia, txtos do Velho Testamento em seu original hebraico foram distorcidos desde as traduções para as línguas grega e latina, conforme assinala o professor Severino Celestino da Silva em sua notável obra Analisando as Traduções biblicas.
Assinala ainda esse autor, profundo conhecedor do hebraico, "a falta de fidelidade encontrada nos textos traduzidos para nossa língua", comparando essa constatação sua com o que escrevera São Jerônimo, em carta ao papa Dâmaso, a respeito da tradução da Bíblia do grego para o latim, tradução que constitui a "Vulgata".
Eis um techo dessa carta de São Jerônimo, que comprova ter havido acréscimo, substituições e corrigendas nos originais traduzidos:
"Qual, de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo), depois de o haver percorrido apenas uma vezs, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrilégio, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros?" (Assinalei a parte final).
Aí está uma confissão clara do tradutor da Vulgata, mostrando que seu autor alterou, por diversas formas, os textos originais traduzidos, naturalmente para adaptar a tradução aos interesses e às concepções da Igreja a que pertencia.
Compulsando traduções da Bíblia para a língua portuguesa poderemos verificar, em algumas delas, a referência ao Espiritismo como prática condenada pela Bíblia.
Essa referência, repetida por pastores e seguidores de igrejas denominadas cristãs e evangélicas, é fruto de má-fé ou ignorância, uma vez que o Espiritismo, doutrina surgida em 1857, com sua obra básica, O Livro dos Espíritos, não poderia ser condenado em escritores bíblicos que datam de mais de 3.000 anos.
Na lenta ascenção do Espiritismo em busca de conhecimento e de moralidade, reencarna ele muitas vezes na crosta terrestre.
O caminho que conduz a felicidade é difícil, cheio de obstáculos que precisam ser vencidos pelo homem, em vidas sucessivas.
No curso desse caminho cometemos erros, repetimos faltas que nos trazem experiências e sofrimentos.
Cumpre-nos evitar os erros e suas conseqüências fatais, procurando acertar nossos passos no sentido correto.
Para isso o Cristo de Deus assiste aos seus tutelados deste orbe, desde sempre, ensinando-lhes o caminho e a verdade, a inteligência e a razão.
O Espirieismo , o Consolador, a última das revelações, continua e atualiza as anteriores.
Auxilianos a retificar o que foi mal compreendido, ou adulterado, despertando em nós os poderes recônditos que possuímos.
 é a busca da verdade, das idéias superiores, das leis divinas, que nos cumpre assimilar, em demanda da felicidade.
Juvanir Borges de Souza
Reformador/Setembro 2003

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Enfermo, ame-se



Não há ser humano que demonstre a mínima simpatia pelas enfermidades dessa ou daquela etiologia. Será que alguém diria:"Como sou feliz porque estou com um cancêr?!?" Digamos, sim, "tenho um câncer, mas o câncer não me tem".
Todos queremos, com avidez, saúde, e esta palavra acha-se sempre presente quando, principalmente nos finais de ano, pergunta-se: "O que você deseja para o ano novo?" E a pessoa indagada responde: "Saúde, paz, amor e...Dinheiro", invariavelmente.
É mais do que justo desejar-se um corpo físico isento de enfermidades, mas devemos atentar para as Vozes do Além que também resestiram inúmeros corpos físicos, e que por essa razão têm uma palavra sábia a respeito de saúde e doenças.
Quem reencarna num mundo com as características do nosso, é porque está doente, é um enfermo espiritual, segundo palavras de nossos Mentores. Isto sempre lembramos quando oportuno. Caso não estivesse, iria habitar outro mundo mais pacificado, mais feliz. Dizem ainda as Vozes do Alto que a vida terrena se constitui em oportunidades de soerguimento dos Espíritos moralmente caídos. Somos Espíritos que necessitamso muito é de saúde espiritual, e não do corpo que usamos temporariamente. Este vai retratando um estado patológico do Espírito que o enverga.
Mais do que importante o combate às moléstias do corpo; no entanto, não é possível nulificar os efeitos (as doenças físicas) sem recorrer à eliminação das suas causas alojadas no comportamento intelecto-moral do Espírito. Usar remédios humanos é mais do que lógico, é sadia atitude, mas vamos começar o processo de aproximação às lições do Médico das Almas - Jesus - , se queremos desfrutar da verdadeira saúde.
O Mestre, ao dizer "vai e não peques mais para que não te aconteça algo pior", convidava os curados a se dedicarem, daquele momento em diante, ao processo de iluminação da alma imperecível, único meio de o Espírito usufruir a saúde verdadeira, não mais aquela de pequena duração, quando só o corpo sarava, mas a alma permanecia enferma.
Necessária, de uma vez por todas, conscientizarmo-nos do seguinte: não somos este agrupamento de células orgânicas que ficam a serviço da alma. Somos Espíritos imortais, e esses nossos microorganismo são infectados, muitas vezes, de forma mortal, quando os viciamos ou aviltamos ao atendermos aos impulsos e excessos de toda ordem. Respondamos, cada um de nós, a estas indagações: "De que adianta conhecer se não vivemos segundo o que sabemos?" e "não será, tal procedimento, uma forma de negar o que aprendemos?"
Os estados patológicos são resultantes das nossas vibrações mais íntimas. Cabe-nos, nesse instante, lembrar a necessidade de não darmos às doenças um tratamento ou uma qualificação de pavor, e vê-las sob a ótica do desequilíbrio emocional. cada doença possui uma linguagem própria e uma mensagem especial.
"Namore a doença e você se casará com ela", lemos certa feita.
Sífilis, indigestão, úlcera, leucemis, cãncer, aids e até um simples refriado falam à alma, contam-lhe toda uma história, dizem-lhe o porquê de haverem surgido, quais as suas origens, e decida por uma mudança comportamental comparável com a transformação processada.
Por que razão alguns aderem ao tabagismo, ao alcoollismo, à sensualidade desregrada, à glutonaria e ao uso de dorgas estupefacientes e alucinógenas? Por ignorância, pode-se responder, mas nós acrescentamos: também por falta de vontade. Há pessoas que, mesmo sabendo da existência do peridpírito, que ele será o molde do seu próximo corpo carnal, e que o tabaco, o álcool, o alimento em excesso e a droga desestruturam regiões energéticas desse seu campo vibracional onde o Espírito terá de agregar suas células orgânicas na formação de um novo corpo na reencarnação que e seguirá, não param com os vícios, continuam tabagistas, alcoolatras, glutões e adictos. Tudo isto se chama apego, apego que é vício, vício que é prisão.
O que poderão aguardar tais criaturas? Verão pessoas jovens surgirem com sintomas de leucemia, cãncer e uma série de enfermidades em seus corpos físicos, incluindo-se entre elas os transtornos, mentais. è triste, muito triste! è o que podem aguardar, nas próximas reencarnações, todos os portadores de desequilíbrios de comportamento. Ou não?
Temos que ter em mente o equilíbrio, que é o resultado da sobriedade. è nele, equilíbrio, que a vida se estrutura sadiamente em todos os seus setores de atividades.
O corpo físico possui defesas interiores que são verdadeiras fortalezas contra a invasão de vírus, vibriões de ordem psíquica. Porém, há limites preestabelecidos por Deus. O nosso sitema imunológico resiste até um determinado ponto para, somente depois, enviar o aviso, através da dor, de que está vencido, de que resistiu sté onde pôde.
Os irracionais deveriam servir de exemplo para os humanos ditos racionais, quando somente se alimentam do necessário, impulsionados pelo instinto de sobreviv~encia. Buscam o sol como buscam a chuva, as áreas secas como buscam as úmidas, os locais fechados como os campos abertos. Estão no limite do equiíbrio. Por que os homens não fazem o mesmo, sendo seres dotados de inteligência?
O homem, pela sua invigilância, indiciplina e falta de vontade, desordena o fígado, estraga os órgão respirtórios, maltrata o estômago quase que deliberadamente. Vamos percebendo que tais "doenças-avisos" (expressão do Espírito Emmanuel) são frutos de origem moral. Sem prevalecerem as advertências, surgem hepatites, asma, cardiopatias, congestões, reumatimos, enxaquecas...
O homem não se conforma e nem que se conformar aos desígnios do Pais Criador, exatamente o que encontramos em O Livro dos Espíritos, pergunta 712: "Com que fim pôs Deus atrativos no gozo dos bens materiais?" Resposta: "Para instigar o homemao cumprimento da sua missão e para experimentá-lo por meio da tentação." E Allan Kardec insistiu: " Qual o objetivo dessa tentação?", tendo obtido como resposta:"Desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos."
Nota-se, claramente, o processo educativo divino ao qual nos encontramos submetidos, mais ainda quando estudamos Espiritismo.
Compete-nos, pois, ser bons e aplicados alunos.
Aprendemos que as moléstias são escoadouros das imperfeições morais que a alma carrega. Aproveitemos a oportunidade desta reencarnação e usemo-la na busca da saúde plena.
Acidentes imprevistos e aleijões fazem parte dos resgates justos dentro das tabelas expiatórias. A moléstia hereditária, que não está intrinse na complexidade genética do ser humano, é bom lembrarmos na oportunidade, será sempre um convite à luta regeneradora do Espírito.
A dor e a enfermidade, em essência, são mensagens amigas convidando-nos às meditações imprescindíveis, se realmente desejamos a verdadeira saúde - a da alma.
Tratemo-nos espiritualmente para termos corpos físicos sadios, em condições de uso proveitoso.
Jesus nunca adoeceu, não obstante tenha estado na cruz, não por sua culpa, mas compadecido pela dor que adviria aos homens imbecilizados pela ignorância religiosa e pela ambição desmedida do poder temporal.
Obedeçamos a Deus, socorramo-nos em Jesus, apelemos aos Guias Espirituais sem exigir milagres salvacionistas, porque continuamos aqueles que "não sabem o que fazem".
Teremos acréscimos de Misericórdia Divina quando a merecermos, antes não. Cumpramos nossos deveres com a mente racional, comandando os pensamentos, porque é ela que avalia as conseqüências dos nossos abusos morais, e não com a emocional, que nos leva ao arrependimento, invariavelmente. 

Adésio Alves Machado
Reformador/Setembro 2003

domingo, 22 de maio de 2011

Esperança - Por Joanna de Angelis



Abençoa a aflição de agora. Ela te abre as portas do salão da paz.
Agradece a chuva de fel a cair sobre tua cabeça. ela fertiliza o solo da tua alma para a sementeira da luz.

Rejubila-te com o espinho cravado no coração. Ele te adverte dos perigos iminentes de todos os caminhos.
Sorri ante os obstáculos que te impedem o avanço. Eles expressam o valor da tua resistência que os vence lentamente, à medida que jornadeias em triunfo.

Medita em todas as coisas que causam preocupação e dano e retira da dificuldade a melhor parte, como abençoado adubo para o solo das tuas experiências cristãs.

Nenhuma alma jornadeia na Terra sem a contribuição da dor. Nenhum espírito avança para a luz sem conduzir dificuldades enleadas nos pés.Nenhum ser ascende para Deus sem a travessia do pantanal onde se demoram os homens...

Jesus veio para nortear a Humanidade, porque esta se encontrava perdida, presa ao matagal das paixões.
Todos temos um ontem perdido nos labirintos do crime, a enovelar-nos nas malhas da inquietude que se reflete hoje.

Guarda nalma a alegria inefável que se expressará num amanhã ridente e belo que te espera, após o triunfo sobre as vicissitudes.
Não te desesperes ante o desespero, não te aflijas junto à aflição, não te inquietes ao lado da inquietude, não te atormentes sob tormentos...

A planta que cresce é atraída pela luz, embora repouse sua sustentação na lama das raízes.
A linfa que dessedenta corre aos beijos do sol, embora flua da lama do solo.

O alimento que nutre traz lodo no cerne e o corpo que sustentas é feito de lama.
Mas é com esse material que a alma faz o vasilhame para, realizando a obra do bem, sobreviver.

Não chores, não sofras!

Mantém elevado o pensamento ao Senhor sem te envergonhares.
Alça-te à luz, mesmo que nada representes...

Além da ponte há muitas venturas aguardando por ti.
Além do abismo há luz esfuziante esperando pelo triunfo.

Luta, agora, vence logo.

Não dês tréguas ao mal, mesmo que ele seja partícula ínfima a toldar a visão do teu espírito. Combate-o, sem lhe dares alimento mental.
Todo meio incorreto jamais conduzirá a um fim reto.

Afugente a nostalgia, espanca a tristeza, surra a melancolia com as mãos ativas do trabalho edificante.
Lutar contra tentações mão é somente uma atuação mental; é atividade produtiva na realização do bem.

Realiza tua obra em paz, certo de que estás em Jesus, e seguro de que Jesus está contigo.

E quando tudo parecer esmagar as tuas aspirações e os fardos do mundo pesarem demais sobre os teus ombros lembra-te d'Ele, na manjedoura humilde de desdenhada, para renovar a Humanidade inteira com a claridade inapagável do Seu infinito amor.

Evoca-O nas horas de amargura e sorri agradecendo a bênção do sofrimento.
Só as almas eleitas são tentadas; só elas têm forças para vencerem a tentação.

O cristão não se deve angustiar porque o erro lhe bate à força, nem se deve entristecer porque permitiu que o erro tivesse acesso ao coração... Deve alegrar-se quando expulsa o erro de dentro da casa íntima, mantendo júbilo porque o dominou, conservando a integridade do lar, ao invés de ser dominado pelo desequilíbrio que o afrontava...

Guarda a certeza, alma devotada ao bem, de que Jesus contigo é a vida radiosa e pura em esperança permanente, como mensagem de Deus, em bom ânimo e alento para a tua redenção.

E, disposto a não incidir no capítulo negativo que deve ficar esquecido, reúne as forças e avança resoluto, em demanda da mansão da serenidade que te aguarda, vitorioso, na caminhada do dever.

(De Espírito e Vida, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

VISITA DA MOCIDADE AMIGA, DA CASA AMOR E FRATERNIDADE



É COM MUITO AMOR E CARINHO QUE RECEBEREMOS EM NOSSA CASA A MOCIDADE DO CENTRO ESPÍRITA AMOR E FRATERNIDADE!!!!!!
PARA UMA TARDE EDIFICANTE DE TROCAS E APRENDIZAGEM!!
AS PORTAS DE NOSSOS CORAÇÕES SE ABREM PARA A MOCIDADE IRMÃ QUE NOS VISITARA COM ALEGRIA!!!

ESTAMOS ESPERANDO POR VOCÊS QUERIDOS AMIGOS!!


DIA 21/05/2011 ÁS 15:30Hrs


ATÉ LÁ!!


MUITA PAZ E LUZ








Das Leis Morais - 12

– Capítulo XII –

Da perfeição moral

1 As virtudes e os vícios. 2 Paixões. 3 O egoísmo. 4 Caracteres do homem de bem. 5 Conhecimento de si mesmo.


1 As virtudes e os vícios

A virtude mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Toda virtude, entretanto, tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.
O interesse pessoal é o sinal mais característico da imperfeição do homem. Freqüentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.
O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse, e aquele que o faz sem idéia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural de seu coração. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma das boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.
Não é reprovável que cobicemos a riqueza para fazer o bem, pois tal sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro. Mas, será sempre bastante desinteressado esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não será de fazer o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que cogita aquele, em quem tal desejo se manifesta?
O homem que se põe a estudar os defeitos alheios incorre em grande culpa, porque será faltar com a caridade, principalmente se o fizer para criticar e divulgar. Antes de censurarmos as imperfeições dos outros, vejamos se de nós poderão dizer o mesmo. Tratemos, pois, de possuir qualidades opostas aos defeitos que criticamos no nosso semelhante. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes mau do que bom exemplo. Demais, se tem empenho em provar a sua sinceridade, apoiemos o que disser nos exemplos que dê.


2 Paixões

A paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixamos de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para nós mesmos, ou para outrem.
O homem, pelos seus esforços, pode vencer as más inclinações. O que lhe falta é a vontade, mas, se pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.


3 O egoísmo

Dentre todos os vícios, o mais radical é o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Quem quiser, desde esta vida, ir-se aproximando da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser ele incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. O egoísmo funda-se no sentimento do interesse pessoal, mas, à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Quando os homens se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento de solidariedade.


4 Caracteres do homem de bem

Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça. É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raça, nem de crenças. Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.


5 Conhecimento de si mesmo

O meio mais prático e mais eficaz para o homem se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal, é o que indicou um sábio da antigüidade, quando disse: Conhece-te a ti mesmo.
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Muitas falhas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precioso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

Das Leis Morais - 11

– Capítulo XI –

Da lei de justiça, de amor e de caridade

1 Justiça e direitos naturais. 2 Direito de propriedade. Roubo. 3 Caridade e amor do próximo. 4 Amor materno e filial.




1 Justiça e direitos naturais

O sentimento de justiça está na natureza, porém, é fora de dúvida que o progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá, pois Deus o pôs no coração do homem. Daí vem que, freqüentemente, em homens simples e incultos se nos deparam noções mais exatas da justiça do que nos que possuem grande cabedal de saber. Os homens entendem a justiça de modo diferente, porque a esse sentimento se misturam paixões que o alteram, fazendo que vejam as coisas por um prisma falso. A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Esses direitos são regulados por duas leis: a humana e a natural. Tendo os homens formulado leis apropriadas a seus costumes e caracteres, elas estabeleceram direitos mutáveis com o progresso das luzes. As leis naturais são reguladas pelas leis divinas, resumidas nesta sentença: "Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo".
Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, é que nascem-lhe obrigações especiais, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes. Os direitos naturais são os mesmos para todos, desde os de condições mais humildes até os de posições mais elevadas. Esses direitos são eternos. Os que o homem estabeleceu perecem com as suas instituições.
O caráter do homem que pratica a justiça em toda a sua pureza é o do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto pratica também o amor ao próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.




2 Direito de propriedade Roubo
O primeiro de todos os direitos naturais do homem é o de viver. Por isso é que ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal. O direito de viver dá ao homem o de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar, mas ele deve fazê-lo em família, como a abelha, por meio de um trabalho honesto, e não como egoísta, e tem o direito de defender esses bens. Não deve, porém, exagerar o desejo de possuir, nem deve possuir para si somente e para sua satisfação pessoal. A propriedade legítima é aquela que foi adquirida sem prejuízo de outrem. Tudo o que se adquire legitimamente constitui uma propriedade, mas a legislação dos homens, porque imperfeita, consagra muitos direitos convencionais, que a lei de justiça reprova. Essa a razão porque eles reformam suas leis, à medida que o progresso se efetua e que melhor compreendem a justiça. O que num século parece perfeito, afigura-se bárbaro no século seguinte.




3 Caridade e amor do próximo
O verdadeiro sentido da palavra caridade é benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como irmãos". É certo que ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca se procura tomar vingança.
Uma sociedade que se baseia na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, evitando que este peça esmola, pois, nesta condição, o homem se degrada física e moralmente: embrutece. Há homens que se vêem condenados a mendigar por culpa sua, mas, se uma boa educação moral lhes houvera ensinado a praticar a lei de Deus, não teriam caído nos excessos causadores da sua perdição. Disso, sobretudo, é que depende a melhoria do nosso planeta.




4 Amor materno e filial
O amor materno é, não só uma virtude, como também um sentimento instintivo comum aos homens e aos animais. A natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais; cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até ao além-túmulo. Há, entretanto, mães que odeiam os filhos, mas isso decorre de uma prova que o Espírito filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência. Em todos os casos, a mãe má não pode deixar de ser animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. A missão dos pais é sublime e devem esforçar-se para encaminhar seus filhos para o bem. Demais, esses desgostos são, amiúde, a conseqüência do mau feitio que os pais deixaram que seus filhos tomassem desde o berço. Colhem o que semearam.


Das Leis Morais - 10

– Capítulo XII –

Da perfeição moral

1 As virtudes e os vícios. 2 Paixões. 3 O egoísmo. 4 Caracteres do homem de bem. 5 Conhecimento de si mesmo.


1 As virtudes e os vícios

A virtude mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Toda virtude, entretanto, tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.
O interesse pessoal é o sinal mais característico da imperfeição do homem. Freqüentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam.
O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse, e aquele que o faz sem idéia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural de seu coração. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma das boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.
Não é reprovável que cobicemos a riqueza para fazer o bem, pois tal sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro. Mas, será sempre bastante desinteressado esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não será de fazer o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que cogita aquele, em quem tal desejo se manifesta?
O homem que se põe a estudar os defeitos alheios incorre em grande culpa, porque será faltar com a caridade, principalmente se o fizer para criticar e divulgar. Antes de censurarmos as imperfeições dos outros, vejamos se de nós poderão dizer o mesmo. Tratemos, pois, de possuir qualidades opostas aos defeitos que criticamos no nosso semelhante. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes mau do que bom exemplo. Demais, se tem empenho em provar a sua sinceridade, apoiemos o que disser nos exemplos que dê.


2 Paixões

A paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixamos de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para nós mesmos, ou para outrem.
O homem, pelos seus esforços, pode vencer as más inclinações. O que lhe falta é a vontade, mas, se pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.


3 O egoísmo

Dentre todos os vícios, o mais radical é o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Quem quiser, desde esta vida, ir-se aproximando da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser ele incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. O egoísmo funda-se no sentimento do interesse pessoal, mas, à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Quando os homens se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento de solidariedade.


4 Caracteres do homem de bem

Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça. É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raça, nem de crenças. Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.


5 Conhecimento de si mesmo

O meio mais prático e mais eficaz para o homem se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal, é o que indicou um sábio da antigüidade, quando disse: Conhece-te a ti mesmo.
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Muitas falhas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais precioso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

Das Leis Morais - 9

– Capítulo IX –

Da lei de igualdade

1 Igualdade natural. 2 Desigualdade das aptidões.3 Desigualdades sociais. 4 Desigualdade das riquezas. 5 As provas de riqueza e de miséria. 6 Igualdade dos direitos do homem e da mulher. 7 Igualdade perante o túmulo.

1 Igualdade natural

Todos os homens são iguais perante Deus e estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais.

2 Desigualdade das aptidões

Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um destes viveu mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus de experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí aperfeiçoarem-se uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do nosso, venham habitá-lo, para nos dar o exemplo. Passando de um mundo superior a outro inferior, conserva o Espírito, integralmente, as faculdades adquiridas, porém, poderá escolher, no estado de Espírito livre, um invólucro mais grosseiro, ou posição mais precária do que os que já teve, porém tudo isso para lhe servir de ensinamento e ajudá-lo a progredir.

3 Desigualdades sociais

A desigualdade social não é lei da Natureza. É obra do homem, e não de Deus. Um dia desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Os que abusaram da superioridade de suas posições sociais, para, em proveito próprio, oprimir os fracos serão, a seu turno, oprimidos: renascerão numa existência em que terão de sofrer o que tiverem feito sofrer aos outros.

4 Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas origina-se, quase sempre, da velhacaria e do roubo. Mesmo a riqueza herdada, muitas vezes se originou de uma espoliação ou de uma injustiça. É fora de dúvida que os que herdam uma riqueza mal adquirida não são responsáveis pelo mal que outros hajam feito, sobretudo se eles o ignoram, como é possível que aconteça, mas sabemos que, muitas vezes, a riqueza vem às mãos de um homem para lhe proporcionar ensejo de reparar uma injustiça. Se a fizer em nome daquele que cometeu a injustiça, a ambos será a reparação levada em conta, porquanto, não raro, é este último quem a provoca. A igualdade das riquezas não pode existir, pois a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Aqueles que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade, não compreendem que a igualdade com que sonham seria a curto prazo desfeita pela força das coisas. Com o bem-estar não se dá a mesma coisa, mas é relativo e todos poderiam dele gozar, se se entendesse convenientemente, porque o verdadeiro bem-estar consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraza e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto sente. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba.

5 As provas da riqueza e da miséria

Deus concede a uns as riquezas e o poder, e a outros, a miséria, para experimentá-los de modo diferente. Além disso, como sabemos, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência. As misérias provocam queixas contra a Providência e a riqueza incita a todos os excessos. Com a riqueza, as necessidades do homem aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.

6 Igualdade dos direitos do homem e da mulher

Deus outorgou, tanto ao homem como à mulher, a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir. A inferioridade da mulher em certos países provém do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. A mulher é mais fraca, fisicamente, e por isso os seus trabalhos são mais leves. Ao homem, por ser mais forte, cabem-lhe os trabalhos mais rudes, mas ambos devem ajudar-se mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.
Por outro lado, as funções a que a mulher é destinada pela Natureza, têm maior importância que as do homem, pois é ela quem lhe dá as primeiras noções da vida. A lei humana, para ser eqüitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a uma ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização.

7 Igualdade perante o túmulo
O desejo que o homem sente de perpetuar sua memória por meio de monumentos fúnebres é o último ato de orgulho dos parentes, desejosos de se glorificarem a si mesmos. Entretanto, não é reprovável, de modo absoluto, a pompa dos funerais, quando se tenha em vista honrar a memória de um homem de bem, pois isso é justo e de bom exemplo.

Das Leis Morais - 8

– Capítulo VIII –

Da lei do progresso

1Estado de natureza. 2 Marcha do progresso. 3 Povos degenerados. 4 Civilização. 5 Progresso da legislação humana.
6 Influência do Espiritismo no progresso.
      1 Estado de natureza
O estado de natureza é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado de natureza, ao passo que a lei natural contribui para o progresso da Humanidade. O homem não pode retrogradar para o estado de natureza, pois ele tem que progredir incessantemente. Desde que progride, é porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição, fora negar a lei do progresso.
      2 Marcha do progresso
O Homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio de contato social. O progresso moral decorre do intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente. O progresso intelectual faz compreensível o bem e o mal, e o homem, assim, pode escolher. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. A moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.
O homem não tem o poder de paralisar a marcha do progresso, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la. Os que assim procedem, serão levados de roldão pela torrente que procuram deter. Há o progresso regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma. O maior obstáculo do progresso moral é o orgulho e o egoísmo, porquanto o intelectual se efetua sempre.
      3 Povos degenerados
Mostra-nos a História que muitos povos, depois de abalos que os revolveram profundamente, recaíram na barbaria. Pois bem, os Espíritos que, encarnados, constituem o povo degenerado não são os que o constituíam ao tempo de seu esplendor. Os de então, tendo-se adiantado, passaram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto os outros, menos adiantados, tomaram o lugar que ficara vago e que também, a seu turno, terão um dia de deixar. As raças rebeldes vão se aniquilando corporalmente, todos os dias.
Os povos, que apenas vivem a vida do corpo, nascem, crescem e morrem, porque a força de um povo se exaure, como a de um homem. Mas, aqueles, cujas leis se harmonizam com as leis eternas do Criador, viverão e servirão de farol aos outros povos.
      4 Civilização
A civilização é um progresso incompleto, porque o homem não passa subitamente da infância à madureza. Quando a moral estiver desenvolvida quanto à inteligência, a civilização alcançará condição para fazer com que desapareçam os males que haja produzido.
A civilização, como todas as coisas, apresenta gradações diversas. Uma civilização incompleta é um estado transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado primitivo. Nem por isso, entretanto, constitui menos um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, males que desaparecerão todos com o progresso moral.
      5 Progresso da legislação humana
Se todos compreendessem as leis naturais, não seriam necessárias as leis especiais. Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens que, então, não mais precisarão de leis tão rigorosas.
      6 Influência do Espiritismo no progresso
O Espiritismo tornar-se-á crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos. O Espiritismo contribui para o progresso destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o futuro. Abolindo os prejuízos de seita, de casta, e de cor, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.
Os Espíritos não ensinaram em todos os tempos o que ensinam hoje, porquanto, cada coisa vem a seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora. Com os seus ensinos, embora incompletos, preparam o terreno para receber a semente que vai frutificar.

Das Leis Morais - 7

 – Capítulo VII –

Da lei de sociedade

1 Necessidade da vida social. 2 Vida de insulamento. Voto de silêncio. 3 Laços de família.
      1 Necessidade da vida social
Deus fez o homem para viver em sociedade. O isolamento absoluto é contrário à lei da Natureza, pois que, por instinto, os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente. O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é possível. Por não dispor de todas as faculdades. No insulamento, ele se embrutece e estiola.
      2 Vida de isolamento Voto de silêncio
Isolamento absoluto é uma satisfação egoísta. Não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem se condena a não ser útil a ninguém. Fugir ao pernicioso contato do mundo é duplo egoísmo; esse retraimento não dá mérito nenhum, pois fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e caridade. Entretanto, os que fogem do mundo para se votarem ao mister de socorrer os desgraçados, se elevam. Têm o duplo mérito de se colocarem acima dos gozos materiais e de fazerem o bem, obedecendo à lei do trabalho.
      3 Laços de família
Entre os animais, os pais e os filhos deixam de reconhecer-se, desde que estes não mais precisam de cuidados, porquanto vivem vida material e não vida moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Logo que esses seres podem cuidar de si mesmos, está ela com a tarefa concluída. No homem há alguma coisa a mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis porque os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.

Das Leis Morais - 6

– Capítulo VI –

Da lei de destruição

1 Destruição necessária e destruição abusiva. 2 Flagelos destruidores. 3 Guerras. 4 Assassínio. 5 Crueldade. 6 Duelo. 7 Pena de morte.
      1 Destruição necessária e destruição abusiva
Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamamos de destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destróem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição e que não é parte essencial do ser pensante. A Natureza cerca os seres de meios de preservação e de conservação a fim de que a destruição não se dê antes do tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir. Ao lado dos meios de conservação, a Natureza colocou os agentes de destruição para manter o equilíbrio e servir de contrapeso. A necessidade de destruição não é idêntica em todos os mundos: guarda proporções com o estado mais ou menos material desses mundos. Cessa, quando o físico e o moral se acham mais depurados. Entre os homens da Terra, a necessidade de destruição se enfraquece à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. Assim é que, como se observa, o horror à destruição cresce com o seu desenvolvimento intelectual e moral. Em seu estado atual, o direito de destruição se acha regulado pela necessidade que tem o homem de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso jamais constitui direito. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destróem para satisfação de suas necessidades, enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, o faz sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.
      2 Flagelos destruidores
Deus fere a humanidade por meio de flagelos destruidores para fazê-la progredir mais depressa; emprega também outros meios, mas o homem não aproveita desses meios, daí ser preciso castigar o seu orgulho e fazê-lo sentir a fraqueza. A vida terrena pouco representa com relação à vida espiritual; por isso, pouca importância têm para o Espírito os flagelos destruidores, sob o ponto de vista do sofrimento. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército, cujos soldados, durante a guerra, ficassem com os seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos.
O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.
      3 Guerras
O que impele o homem à guerra é a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e trasbordamento das paixões. À medida que ele progride, menos freqüente se torna a guerra. Quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus, a guerra desaparecerá da face da Terra. Grande culpado é aquele que suscita a guerra, e muitas existências lhe serão necessárias para expiar todos os assassínios de que haja sido causa, porquanto responderá por todos os homens cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.
      4 Assassínio
Aos olhos de Deus, é grande crime o assassínio, pois que aquele que tira a vida ao seu semelhante corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Só a necessidade de legítima defesa o pode escusar da responsabilidade. Mas, desde que o agredido possa preservar a sua vida, sem atentar contra a de seu agressor, deve fazê-lo. Também será escusado no caso de constrangimento pela força, como na guerra, mas será culpado das crueldades que cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda.
      5 Crueldade
A crueldade é o instinto de destruição no que tem de pior, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má, a crueldade forma o caráter predominante dos povos primitivos, porquanto nestes a matéria prepondera sobre o Espírito. A crueldade se encontra também no seio da mais adiantada civilização, do mesmo modo que numa árvore carregada de bons frutos se encontram verdadeiros abortos, pois Espíritos de ordem inferior podem encarnar entre homens adiantados, na esperança de também se adiantarem. Mas, desde que a prova é por demais pesada, predomina a natureza primitiva. Entretanto, como a humanidade progride, um dia esses homens desaparecerão, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas desaparecerão para renascer sob outros invólucros.
      6 Duelo
O duelo não pode ser considerado como legítima defesa; é um assassínio e um costume absurdo, digno dos bárbaros, e aquele que o praticar, conhecendo a sua própria fraqueza, será considerado um suicida. O que se chama ponto de honra, em matéria de duelo não passa de orgulho e vaidade.
      7 Pena de morte
Um dia, quando os homens estiverem mais esclarecidos, desaparecerá da face da Terra a pena de morte. Há outros meios de se preservar do perigo, que não matando. Demais, é preciso abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento. Jesus disse: "Quem matar com a espada, pela espada perecerá". Com efeito, a pena de talião é a justiça de Deus. É ele quem a aplica. Todos nós sofremos essa pena a cada instante, pois que somos punidos naquilo em que houvermos pecado, nesta existência ou em outra. Aquele que foi a causa do sofrimento para seus semelhantes virá achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este o sentido das palavras de Jesus. A pena de morte é um crime, quando aplicada em nome de Deus, e os que a impõem se sobrecarregam de outros tantos assassínios.