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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cativar...É Amar...

Mãos?!? Quais são as suas?!?





Há mãos que sustentam e mãos que abalam.
Mãos que limitam e mãos que ampliam.

Mãos que denunciam e mãos que escondem os denunciados.


Mãos que se abrem e mãos que se fecham.


Há mãos que afagam e mãos que agridem.


Mãos que ferem e mãos que cuidam das feridas.


Mãos que destroem e mãos que edificam.


Mãos que batem e mãos que recebem as pancadas por outros.


Há mãos que apontam e guiam.


Mãos que são temidas e mãos que são desejadas e queridas.


Mãos que dão com arrogância e mãos que se escondem ao dar.


Mãos que escandalizam e mãos que apagam os escândalos.


Mãos puras e mãos que carregam censuras.


Há mãos que escrevem para promover e mãos que escrevem para ferir.


Mãos que pesam e mãos que aliviam.


Mãos que operam e que curam e mãos que "amarguram".


Há mãos que se apertam por amizade e mãos que se empurram por ódio.


Mãos furtivas que traficam destruição e mãos amigas que desviam da ruína.


Mãos finas que provam dor e mãos rudes que espalham amor.


Há mãos que se levantam pela verdade e mãos que encarnam a falsidade.


Mãos que oram e imploram e mãos que "devoram".


Mãos de CAIM que matam.


Mãos de JACÓ que enganam.


Mãos de JUDAS que entregam.


Mas há também as mãos de Simão, que carregam a cruz, e as mãos de Verônica, que enxugam o rosto de JESUS.


Onde está a diferença???


Não está nas mãos, mas no coração!!! É na mente transformada que dirige a mão santificada, delicada. É a mente agradecida que transforma as mãos em instrumentos de graça. Mãos que se levantam para abençoar, mãos que baixam para levantar o caído, mãos que se estendem para amparar o cansado. São como as mãos de Deus que criam, que guiam, que salvam; que nunca faltam. Existem mãos... e mãos... As tuas, quais são? De quem são? Para que são?

Superdotado

A Teoria das Múltiplas Inteligências, de Howard Gardner, propõe que a mente humana é multifacetada, existindo várias capacidades distintas que podem receber a denominação de "inteligência". O superdotado consegue perceber mais do meio-ambiente do que a maioria das pessoas. Assim sendo, esse tipo de pessoa tende a ser visto como exagerado ou, excessivamente, sensível.

Mas, quem é o superdotado? O que faz na Terra? Qual é o seu porvir? Perguntas, essas, que somente podem ser respondidas, tendo a pluralidade das existências como verdade absoluta e mecanismo natural de evolução do Espírito. Sem a palingenesia não há como se conceber o progresso humano, senão, vejamos: “O jovem Maiko Silva Pinheiro lia, sem dificuldade alguma, aos 4 anos; aprendeu a fazer contas, aos 5 e, aos 9, era repreendido pela professora, porque fazia as divisões, usando uma lógica própria, diferente do método ensinado na escola. Hoje, estuda economia no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, sendo bolsista integral. Aos 17 anos, os diretores do Banco Brascan dizem ter se surpreendido com sua capacidade lógico-matemática". (1)

O mexicano Maximiliano Arellano começou a desenvolver a extraordinária memória, aos 2 anos de idade; aos 6 anos, Maximiliano diz querer ser médico. “Maximiliano deu uma aula de fisiopatologia e osteoporose com linguajar de um residente, segundo afirmativa do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma do Estado do México, Roberto Camacho”. (2) Segundo a Revista Veja, "Os sinais da inteligência, fora do comum, do jovem americano, Gregory Robert Smith, começaram muito cedo. Com 14 meses, resolvia problemas simples de matemática; com 1 ano e 2 meses, ele resolvia problemas de álgebra; aos 2 anos, lia, memorizava e recitava livros, além de corrigir os adultos que cometiam erros gramaticais; três anos depois, no jardim-de-infância, lia Júlio Verne e tentava ensinar os princípios da botânica aos coleguinhas; aos 10, ingressou na Faculdade de Matemática; aos 13, deve começar a pós-graduação", pois já terminou a faculdade”.(3) "Smith criou uma fundação internacional e foi indicado para o Nobel da Paz." (4)

Casos de crianças precoces sempre despertam a atenção. A Academia de Ciência não possui uma explicação vigorosa sobre o tema; atribui a uma "miraculosa" predisposição biogenética (!?...), potencializada por estímulos de ordem externa. Outra enorme dificuldade, encontrada pelos doutos da Academia, é a não concordância na definição do termo "superdotação". “Alguns pesquisadores distinguem superdotado, de talentoso, sendo o primeiro, considerado como aquele indivíduo de alta capacidade intelectual, ou acadêmica, e o segundo, como possuindo habilidades superiores nas áreas das artes, música, teatro”. (5)

O célebre matemático francês, Henri a Poicaré, que desencarnou em 1912, acreditava que osgênios matemáticos trazem um talento congênito, ou seja: "já vêm feitos", o que, de maneira sutil,consagra a multiplicidade das vidas. O jovem sergipano, Carlos Mattheus, de apenas 19 anos, pobreestudante da escola pública, que conseguiu um fato inédito em um dos melhores centros deformação da América Latina, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, onde obteve ostítulos de mestre e doutor em matemática, já planeja ir a Paris, através de bolsa de estudo, para umefeito, ainda mais expressivo, ou seja: realizar cursos de pós doutorado.

Gabriel Dellane, em seu livro "Reencarnação", no Capítulo VII, trata das "experiências derenovação da memória", citando Allan Kardec; fala do perispírito que "sobrevive à morte” earquiva todas as experiências vividas em outras existências. (6) Um espírito que se dedicou,particularmente, por séculos, ao estudo da matemática, traz, como frisou Poincaré, esse “talentocongênito”, o impulso natural para a prática de atividades que mais gosta.

Encontramos essas mesmas tendências excepcionais em músicos, como Wolfgang Amadeus Mozart, que, aos 2 anos de idade, já executava, com facilidade, diversas peças para piano; dominava três idiomas (alemão, francês e latim) aos 3 anos; tirava sons maviosos do violino, aos 4 anos; apresentou-se ao público, pela primeira vez, e já compunha minuetos, aos 5 anos; e escreveu sua primeira ópera, La finta semplice, em 1768, aos 12 anos. Paganini dava concertos, aos 9 anos,em Gênova, Itália. Na literatura universal, é ímpar o fenômeno Victor Hugo que, precocemente,aos 13 anos, arrebatou cobiçado prêmio da cidade de Tolosa. Goethe sabia escrever em diversas línguas, antes da idade de 10 anos. Victor Hugo, o gênio maior da França, escreveu seu primeiro livro, com 15 anos de idade. Pascal, aos 12 anos, sem livros e sem mestres, demonstrou trinta e duas proposições de geometria, do I Livro de Euclides; aos 16 anos, escreveu "Tratado sobre as cônicas" e, logo adiante, escreveu obras de Física e de Matemática. Miguel Ângelo, com a idade de 8 anos, foi dispensado das aulas de escultura pelo seu professor, que nada mais havia a lhe ensinar. Allan Kardec, examinando a questão da genialidade, perguntou aos Benfeitores: - Como entender esse fenômeno? Eles, então, responderam que eram "lembranças do passado; progresso anterior da alma (...)”. (7)

Como temos observado, a imprensa tem noticiado fatos dessa natureza com uma constânciaimpressionante; fatos, esses, que desafiam a Ciência, por não encontrar uma explicação consistente sobre o tema. Nenhuma teoria humana foi capaz de, até hoje, esclarecer tais fatos. Casos de crianças precoces sempre despertaram a atenção dos cientistas, que atribuem esse fenômeno natural a “milagres biogenétios” (pasmem!).

O debate sobre o que é, realmente, a inteligência, nunca foi tão promissor, como atualmente. Muitas teorias têm ampliado o conceito de inteligência, fugindo à técnica ultrapassada de medição pelo "quociente de inteligência" (Q.I.), mediante aplicação do teste de Binet. O grande embaraço dos materialistas é desconsiderar o fato de a inteligência ser um atributo do Espírito, isto é, resultante da soma de conhecimentos e vivências de existências anteriores de cada indivíduo. Nesse sentido, admitindo-se a reencarnação, as idéias inatas são, apenas, lembranças espontâneas do patrimônio cultural do ser, em diferentes esferas de expressão; algumas em estado mais latente, em determinadas crianças-prodígio.. Desse modo, ficaria bem mais fácil compreender toda essa complexidade da mente humana.

Só a pluralidade das existências pode explicar a diversidade dos caracteres, a variedade das aptidões, a desproporção das qualidades morais, enfim, todas as desigualdades que a nossa vista alcança. Fora dessa lei, indagar-se-ia, inutilmente, por que certos homens possuem talento, sentimentos nobres, aspirações elevadas, enquanto muitos outros só manifestam paixões e instintos grosseiros. A influência do meio, a hereditariedade e as diferenças de educação não são suficientes, obviamente, para explicar esses fenômenos. Vemos membros da mesma família, semelhantes pelo sangue, pelo histórico genético, educados nos mesmos princípios morais, diferençarem-se, profundamente, como pessoas.

O Doutor Richard Wolman, de Harvard, incorporou o conceito de Inteligência Espiritual às demais teorias em voga. Esse conceito seria a capacidade humana de fazer perguntas fundamentais sobre o significado da vida e de experimentar, simultaneamente, a conexão perfeita entre cada um de nós e o mundo em que vivemos. Não é exatamente o que define a Doutrina Espírita, mas já é um avanço no entendimento integral do indivíduo.
Pesquisadores, como Ian Stevenson, Brian L. Weiss, H. N. Banerjee, Erlendur Haraldsson, Hellen Wanbach, Edite Fiore, e outros, trouxeram resultados notáveis sobre a tese reencarnacionista.

As pesquisas sobre a Reencarnação não cessam nas teses dessas personalidades apontadas. Estudos sobre esse tema crescem, constantemente. A Física, a Genética, a Medicina, e várias escolas da Psicologia vêm sendo convocadas para oferecer o contributo das suas pesquisas. Estamos convictos de que, nos próximos vinte ou trinta anos, assistiremos a Academia de Ciência, declarando esta importante constatação como, há dois mil anos, Jesus ensinou a Nicodemos: “É necessário nascer de novo”. E Allan Kardec a confirmou em “O Livro dos Espíritos”, declarando que somente com a Reencarnação entendemos, melhor, a Justiça de Deus e a Evolução da humanidade.

Jorge Hessen

FONTES:
(1) Publicada na Revista Época, edição de 15 de maio, 2006
(2) Publicado no Jornal Correio Braziliense de 12 de maio, 2006
(3) Revista Veja, edição 1800, de 30 de abril de 2003, página 63 e edição de 28 de abril de 2004
(4) Publicado na Revista Veja, edição de 28 de abril de 2004
(5) Hessen, Jorge. Tese Reencarnacionista, artigo publicado em Reformador /FEB / janeiro 2005
(6) Dellane, Gabriel. Reencarnação, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1987, cap. VII
(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, perg. 219

Possível caso de Reencarnação

DEUS

A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa espinhosa, quando o limitado intenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito. Da megaestrutura dos astros à infra-estrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da mente do Criador da vida. O físico americano Paul Davies no seu livro intitulado Deus e a Nova Física afirma categoricamente que “o universo foi desenhado por uma consciência cósmica.”(1)
O cientista brasileiro Marcos N. Eberlin, professor doutor titular da Universidade Estadual de Campinas, membro da Academia Brasileira de Ciências e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, ressalta que, na condição de químico, estuda a arquitetura da matéria, como foram formados os átomos, as moléculas, quais são as leis que regem o mundo atômico e molecular e suas transformações. Quando essa arquitetura é observada “mais de longe”, superficialmente, já se mostra extremamente bela, complexa, simétrica, sincronizada, uma obra de arte, um esplendor absoluto. Percebe-se uma riqueza extraordinária de detalhes, uma arquitetura constituída das mais diferentes formas geométricas, lindas, harmônicas, periódicas, perfeitas. “Como a água, com sua estrutura angular simples, mas única, que rege suas propriedades também únicas, impressionantes, e que forma lindos cristais de gelo, de um design sem igual; os átomos e o balé sincronizado de seus elétrons em orbitais; as proteínas, outro espetáculo, uma arquitetura química tridimensional e com pontos de encaixe engenhosamente posicionados que confere a essas moléculas propriedades diversas, uma eficiência extraordinária como aceleradores de reações jamais igualada por qualquer outra espécie química, explica Eberlin”(2)

Do micro para o macrocosmo, sabe-se que as últimas descobertas da cosmologia moderna mostram que o Universo tem lançado enigmas maiores e mais profundos sobre sua verdadeira essência, desconsertando a lógica da inteligência humana. Na obra “A Partícula de Deus”, o físico Leon Lederman, ganhador do Prêmio Nobel, em 1988, defende a tese de que Deus existe e está na origem de todas as coisas. O comportamento de pesquisa do físico holandês, Willem B. Drees, autor do livro “Além do Big Bang - Cosmologia Quântica e Deus”, demonstra claramente que há um interesse crescente pela investigação científica, baseado na certeza da existência de Deus.

O Espírito Emmanuel narra que “ante a estupenda obra do Criador o homem observa as dimensões diminutas do Lar Cósmico [Terra] em que se desenvolve. Descobre que o Sol tem um volume de 1.300.000 vezes maior; a Lua dista mais de 380.000 quilômetros; Marte, distante de nós cerca de 56.000.000 de quilômetros na época de sua maior aproximação, Capela é 5.800 vezes maior, Canópus tem um brilho oitenta vezes superior ao Sol".(3)
O Sistema Solar possui apenas 9 planetas, com 57 satélites, no total de 68 corpos celestes. E para que tenhamos noção de sua insignificância diante do restante do Universo, nosso Sistema Solar compõe um minúsculo espaço da pequena da Via Láctea"(4), ou seja, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e, segundo Carl Seagan, no mínimo cem mil deles com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.(5)
Pesquisadores que se prenderam ao materialismo, herdeiros diretos do atomismo materialista de Demócrito, Leucipo e Lucrécio, têm zombado da fé ingênua e primitiva, escravizadas aos prosélitos dos religiosos, destarte, esforçam-se para aniquilar histórica e emocionalmente a entronização contumaz desse Deus criado pela teologia humana, por ser incompatível com a racionalidade acadêmica.

Voltaire, em êxtase, afirmou que não acreditava nos deuses criados pelos homens, mas sim no Deus criador do homem. Sócrates nomeava Deus como "A razão perfeita"; o seu discípulo, Platão, O designava por "Idéia do bem"."A dedução que se pode tirar da certeza inata que todos os homens trazem em si, da existência de Deus, é a de que Ele existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base?"(6) E podemos encontrar a prova da existência de Deus no axioma que aplicamos às nossas ciências terrenas, de que não há efeito sem causa, logo, “procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e a nossa razão nos responderá".(7)

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:

(1) Davies, Paul. Deus e a Nova Física, Lisboa: Edições 70, 1986, p. 157.
(2) Marcos N. Eberlin, professor doutor titular da Universidade Estadual de Campinas, membro da Academia Brasileira de Ciências, comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico. Entre as pesquisas realizadas, destacam-se os estudos de reatividade de íons na fase gasosa, que levaram à descoberta de vários novos íons e novas reações com diferentes aplicações analíticas e sintéticas. Uma dessas reações hoje leva seu nome: Reação de Eberlin.
(3) XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Ditada pelo Espírito Emmanuel. Rio [de Janeiro]: FEB, 1994, Cap. 1.
(4) As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), mostram o número de galáxias conhecidas de 50 milhões.
(5) Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a um quatrilhão de sóis
(6) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2004, item 58
(7) idem, Questão 42

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nós Amamos a Deus?!?

Se alguém diz que ama a Deus, mas não ama o seu semelhante, é mentiroso. Isso foi escrito pelo Apóstolo João e nos convida a uma profunda reflexão.

Por que o amor a Deus passa inevitavelmente pelo amor ao próximo?

Por que não basta amar a Deus no isolamento das criaturas, ou na indiferença ao semelhante?

Deus, ao nos criar, não nos cria perfeitos, mas oferece as oportunidades e possibilidades de se chegar à perfeição.

E, por grandiosidade de Sua justiça, essa perfeição se alcança por esforço próprio, por dedicação, e jamais por gratuidade ou dom divino, a escolher uns ou outros como mais ou menos amados por Ele e, consequentemente, com mais ou menos virtudes e dons.

Quando lemos a biografia de grandes vultos do amor ao próximo, como Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier ou Irmã Dulce, vemos a exemplificação do exercício no amor ao próximo.

E é natural que questionemos de onde eles retiraram forças para amar incondicional e intensamente, ao longo de toda uma vida?

Aprenderam a amar ao próximo no exercício do amor a que se propuseram, saindo de si mesmos, indo em direção ao outro, encontrando Deus.

O amor a Deus não se constrói de forma mística, transcendental ou isoladamente.

Entendendo isso, Jesus, personificação maior do amor a Deus, nos ensina que toda vez que auxiliarmos, que dermos de comer, que matarmos a sede de nosso irmão, é a Ele mesmo que estaremos fazendo isso.

Convida-nos Jesus a experimentar o exercício do amor a Deus aprendendo a amar ao próximo.

Afirma mesmo o Mestre Galileu que o maior mandamento da Lei de Deus é amar ao Pai, seguido do exercício de amar-se para amar ao próximo.

Se você busca o entendimento das Leis de Deus, de instaurá-Lo na sua intimidade, um bom início será o de olhar para o próximo, no exercício do amor.

Sempre temos recursos e meios de auxiliar, de demonstrar o amor na forma do desvelo, do carinho, da solidariedade ou da compaixão.

Ofereçamos a palavra edificante para incentivar os desvalidos, a presença fraterna para aqueles abandonados na solidão, ouvidos pacientes para um coração aflito com necessidade de desabafar.

Somos convidados ao exercício do amor ao próximo construído na compreensão frente àquele em desatino, em benevolência para o irmão em desequilíbrio ou indulgência na ação precipitada.

São pequenos gestos que se fazem exercícios de amor ao próximo, no objetivo de amar a Deus. Afinal, como nos alerta o Apóstolo João, se não conseguimos compreender nosso irmão, jamais teremos condições de amar e compreender a Deus

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Conhecimento do Futuro?!?



1. — Como é possível o conhecimento do futuro?
Compreende-se a possibilidade da previsão dos acontecimentos que devam resultar do estado presente; porém, não a dos que nenhuma relação guardem com esse estado, nem, ainda menos, a dos que são comumente atribuídos ao acaso. Não existem as coisas futuras, dizem; elas ainda se encontram no nada; como, pois, se há de saber que se darão?São, no entanto, em grande número os casos de predições realizadas, donde forçosa se torna a conclusão de que ocorre aí um fenômeno para cuja explicação falta a chave, porquanto não há efeito sem causa. É essa causa que vamos tentar descobrir e é ainda o Espiritismo, já de si mesmo chave de tantos mistérios, que no-la fornecerá, mostrando-nos, ao demais, que o próprio fato das predições não se produz com exclusão das leis naturais.Tomemos, para comparação, um exemplo nas coisas usuais. Ele nos ajudará a compreender o princípio que teremos de desenvolver.2. — Suponhamos um homem colocado no cume de uma alta montanha, a observar a vasta extensão da planície em derredor. Nessa situação, o espaço de uma légua pouca coisa será para ele, que poderá facilmente apanhar, de um golpe de vista, todos os acidentes do terreno, de um extremo a outro da estrada que lhe esteja diante dos olhos. O viajor, que pela primeira vez percorra essa estrada, sabe que, caminhando, chegará ao fim dela. Constitui isso uma simples previsão da conseqüência que terá a sua marcha. Entretanto, os acidentes do terreno, as subidas e descidas, os cursos d'água que terá de transpor, os bosques que haja de atravessar, os precipícios em que poderá cair, as casas hospitaleiras onde lhe será possível repousar, os ladrões que o espreitem para roubá-lo, tudo isso independe da sua pessoa; é para ele o desconhecido, o futuro, porque a sua vista não vai além da pequena área que o cerca.Quanto à duração, mede-a pelo tempo que gasta em perlustrar o caminho. Tirai-lhe os pontos de referência e a duração desaparecerá. Para o homem que está em cima da montanha e que o acompanha com o olhar, tudo aquilo está presente.Suponhamos que esse homem desce do seu ponto de observação e, indo ao encontro do viajante, lhe diz: «Em tal momento, encontrarás tal coisa, serás atacado e socorrido.»Estará predizendo o futuro, mas, futuro para o viajante, não para ele, autor da previsão, pois que, para ele, esse futuro é presente.3. — Se, agora, sairmos do âmbito das coisas puramente materiais e entrarmos, pelo pensamento, no domínio da vida espiritual, veremos o mesmo fenômeno produzir-se em maior escala. Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha; o espaço e a duração não existem para eles. Mas, a extensão e a penetração da vista são proporcionadas à depuração deles e à elevação que alcançaram na hierarquia espiritual. Com relação aos Espíritos inferiores, aqueles são quais homens munidos de possantes telescópios, ao lado de outros que apenas dispõem dos olhos. Nos Espíritos inferiores, a visão é circunscrita, não só porque eles dificilmente podem afastar-se do globo a que se acham presos, como também porque a grosseria de seus perispíritos lhes vela as coisas distantes, do mesmo modo que um nevoeiro as oculta aos olhos do corpo.Bem se compreende, pois, que, de conformidade com o grau de sua perfeição, possa um Espírito abarcar um período de alguns anos, de alguns séculos, mesmo de muitos milhares de anos, porquanto, que é um século em face do infinito?Diante dele, os acontecimentos não se desenrolam sucessivamente, como os incidentes da estrada diante do viajor: ele vê simultaneamente o começo e o fim do período; todos os eventos que, nesse período, constituem o futuro para o homem da Terra são o presente para ele, que poderia então vir dizer-nos com certeza: Tal coisa acontecerá em tal época, porque essa coisa ele a vê como o homem da montanha vê o que espera o viajante no curso da viagem. Se assim não procede, é porque poderia ser prejudicial ao homem o conhecimento do futuro, conhecimento que lhe pearia o livre arbítrio, paralisá-lo-ia no trabalho que lhe cumpre executar abem do seu progresso. O se lhe conservarem desconhecidos o bem e o mal com que topará constitui para o homem uma prova.Se tal faculdade, mesmo restrita, se pode contar entre os atributos da criatura, em que grau de potencialidade não existirá no Criador, que abrange o infinito? Para o Criador, o tempo não existe: o princípio e o fim dos mundos lhe são o presente. Dentro desse panorama imenso, que é a duração da vida de um homem, de uma geração, de um povo?4. — Entretanto, como o homem tem de concorrer para o progresso geral, como certos acontecimentos devem resultar da sua cooperação, pode convir que, em casos especiais, ele pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o encaminhamento e de estar pronto a agir, em chegando a ocasião. Por isso é que Deus, às vezes, permite se levante uma ponta do véu; mas, sempre com fim útil, nunca para satisfação de vã curiosidade. Tal missão pode, pois, ser conferida, não a todos os Espíritos, porquanto muitos há que do futuro não conhecem mais do que os homens, porém a alguns Espíritos bastante adiantados para desempenhá-la. Ora, é de notar-se que as revelações dessa espécie são sempre feitas espontaneamente e jamais, ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta.5. — Pode também semelhante missão ser confiada a certos homens, desta maneira:Aquele a quem é dado o encargo de revelar uma coisa oculta recebe, à sua revelia e por inspiração dos Espíritos que a conhecem, e revelação dela e a transmite maquinalmente, sem se aperceber do que faz. É sabido, ao demais, que, assim durante o sono, como em estado de vigília, nos êxtases da dupla vista, a alma se desprende e adquire, em grau mais ou menos alto, as faculdades do Espírito livre. Se for um Espírito adiantado, se, sobretudo, houver recebido, como os profetas, uma missão especial para esse efeito, gozará, nos momentos de emancipação da alma, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso, e verá, como presente, os sucessos desse período. Pode então revelá-los no mesmo instante, ou conservar lembrança deles ao despertar. Se os sucessos hajam de permanecer secretos, ele os esquecerá, ou apenas guardará uma vaga intuição do que lhe foi revelado, bastante para o guiar instintivamente.6. — É assim que em certas ocasiões essa faculdade se desenvolve providencialmente, na iminência de perigos, nas grandes calamidades, nas revoluções, e é assim também que a maioria das seitas perseguidas adquire numerosos videntes. É ainda por isso que se vêem os grandes capitães avançar resolutamente contra o inimigo, certos da vitória; que homens de gênio, como, por exemplo, Cristóvão Colombo, caminham para uma meta, anunciando previamente, por assim dizer, o instante em que a alcançarão. É que eles viram, essa meta, que, para seus Espíritos, deixou de ser o desconhecido.Nada, pois, tem de sobrenatural o dom da predição, mais do que uma imensidade de outros fenômenos. Ele se funda nas propriedades da alma e na lei das relações do mundo visível com o mundo invisível, que o Espiritismo veio dar a conhecer.A teoria da presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que se possam apresentar de revelação do futuro, mas não se pode deixar de convir em que lhe estabelece o princípio fundamental.7. — Muitas vezes, as pessoas dotadas da faculdade de prever, seja no estado de êxtase, seja no de sonambulismo, vêem os acontecimentos como que desenhados num quadro, o que também se poderia explicar pela fotografia do pensamento. Atravessando o pensamento o espaço, como os sons atravessam o ar, um sucesso que esteja no dos Espíritos que trabalham para que ele se dê, ou no dos homens cujos atos devam provocá-lo, pode formar uma imagem para o vidente; mas, como a sua realização pode ser apressada ou retardada por um, concurso de circunstâncias, este último vê o fato, sem poder, todavia, determinar o momento em que se dará. Não raro acontece que aquele pensamento não passa de um projeto, de um desejo, que se não concretizem em realidade, donde os freqüentes erros de fato e de data nas previsões. (Cap. XlV, nos 13 e seguintes.)8. — Para compreendermos as coisas espirituais, isto é, para fazermos delas idéia tão clara como a que fazemos de uma paisagem que tenhamos ante os olhos, falta-nos em verdade um sentido, exatamente como ao cego de nascença falta um que lhe faculte compreender os efeitos da luz, das cores e da vista, sem o contacto. Daí se segue que somente por esforço da imaginação e por meio de comparações com coisas materiais que nos sejam familiares chegamos a consegui-lo.As coisas materiais, porém, não nos podem dar das coisas espirituais senão idéias muito imperfeitas, razão por que não se devem tomar ao pé da letra essas comparações e crer, por exemplo, que a extensão das faculdades perceptivas dos Espíritos depende da efetiva elevação deles, nem que eles precisem estar em cima de uma montanha ou acima das nuvens para abrangerem o tempo e o espaço.Tal faculdade lhes é inerente ao estado de espiritualização, ou, se o preferirem, de desmaterialização.Quer isto dizer que a espiritualização produz um efeito que se pode comparar, se bem muito imperfeitamente, ao da visão de conjunto que tem o homem colocado sobre a montanha. Esta comparação objetivava simplesmente mostrar que acontecimentos pertencentes ainda, para uns, ao futuro, estão, para outros, ao presente e podem assim ser preditos, o que não implica que o efeito se produza de igual maneira.Para, portanto, gozar dessa percepção, não precisa o Espírito transportar-se a um ponto qualquer do espaço. Pode possuí-la em toda a sua plenitude aquele que na Terra se acha ao nosso lado, tanto quanto se achasse a mil léguas de distância, ao passo que nós nada vemos além do nosso horizonte visual. Não se operando a visão, nos Espíritos, do mesmo modo, nem com os mesmos elementos que no homem, muito diverso é o horizonte visual dos primeiros. Ora, é precisamente esse o sentido que nos falece para o concebermos. O Espírito, ao lado do encarnado, é como o vidente ao lado do cego.9. — Devemos, além disso, ponderar que essa percepção não se limita ao que diz respeito à extensão; que ela abrange a penetração de todas as coisas. É, repetimos, uma faculdade inerente e proporcionada ao estado de desmaterialização. A encarnação amortece-a, sem, contudo, a anular completamente, porque a alma não fica encerrada no corpo como numa caixa. O encarnado a possui, embora sempre em grau menor do que quando se acha completamente desprendido; é o que confere a certos homens um poder de penetração que a outros falece inteiramente; maior agudeza de visão moral; compreensão mais fácil das coisas extra materiais. O Espírito encarnado não somente percebe, como também se lembra do que viu no estado de Espírito livre e essa lembrança é como um quadro que se lhe desenha na mente. Na encarnação, ele vê, mas vagamente, como através de um véu; no estado de liberdade, vê e concebe claramente. O princípio da visão não lhe é exterior, está nele; essa a razão por que não precisa da luz exterior. Por efeito do desenvolvimento moral, alarga-se o círculo das idéias e da concepção; por efeito da desmaterialização gradual do perispírito, este se purifica dos elementos grosseiros que lhe alteravam a delicadeza das percepções, o que torna fácil compreender-se que a ampliação de todas as faculdades acompanha o progresso do Espírito.10. — O grau da extensão das faculdades do Espírito é que, na encarnação, o torna mais ou menos apto a conceber as coisas espirituais. Essa aptidão, todavia, não é corolário forçoso do desenvolvimento da inteligência; a ciência vulgar não a dá, tanto assim que há homens de grande saber tão cegos para as coisas espirituais, quanto outros o são para as coisas materiais; são-lhes refratários, porque não as compreendem, o que significa que ainda não progrediram em tal sentido, ao passo que outros, de instrução e inteligência vulgares, as aprendem com a maior facilidade, o que prova que já tinham de tais coisas uma intuição prévia. É, para estes, uma lembrança retrospectiva do que viram e souberam, quer na erraticidade, quer em suas existências anteriores, como alguns têm a intuição das línguas e das ciências de que já foram conhecedores.11. — Quanto ao futuro do Espiritismo, os Espíritos, como se sabe, são unânimes em afirmar o seu triunfo próximo, a despeito dos obstáculos que lhe criem. Fácil lhes é essa previsão, primeiramente, porque a sua propagação é obra pessoal deles: concorrendo para o movimento, ou dirigindo-o, eles naturalmente sabem o que devem fazer; em segundo lugar, basta-lhes entrever um período de curta duração: vêem, nesse período, ao longo do caminho, os poderosos auxiliares que Deus lhe suscita e que não tardarão a manifestar-se.Transportem-se os espíritas, embora sem serem Espíritos desencarnados, a trinta anos apenas para diante, ao seio da geração que surge; daí considerem o que se passa hoje com o Espiritismo; acompanhem-lhe a marcha progressiva e verão consumir-se em vãos esforços os que se creem destinados a derrocá-lo. Verão que esses tais pouco a pouco desaparecem de cena e que, paralelamente, a árvore cresce e alonga cada dia mais as suas raízes.12. — As mais das vezes, os acontecimentos vulgares da vida privada são conseqüência da maneira de proceder de cada um: este, de acordo com as suas capacidades, com a sua habilidade, com a sua perseverança, prudência e energia, terá êxito naquilo em que outro verá malogrados todos os seus esforços, por efeito da sua inaptidão, de sorte que se pode dizer que cada um é o artífice do seu próprio futuro, futuro que jamais se encontra sujeito a uma cega fatalidade, independente da sua personalidade. Conhecendo-se o caráter de um indivíduo, facilmente se lhe pode predizer a sorte que o espera no caminho por onde haja ele enveredado.13. — Os acontecimentos que envolvem interesses gerais da Humanidade têm a regulá-los a Providência. Quando uma coisa está nos desígnios de Deus, ela se cumpre a despeito de tudo, ou por um meio, ou por outro. Os homens concorrem para que ela se execute; nenhum, porém, é indispensável, pois, do contrário, o próprio Deus estaria à mercê das suas criaturas.Se faltar aquele a quem incumba a missão de a executar, outro será dela encarregado. Não há missão fatal; o homem tem sempre a liberdade de cumprir ou não a que lhe foi confiada e que ele voluntariamente aceitou. Se não o faz, perde os benefícios que daí lhe resultariam e assume a responsabilidade dos atrasos que possam resultar da sua negligência ou da sua má-vontade. Se se tornar um obstáculo a que ela se cumpra, está em Deus afastá-lo com um sopro.14. — Pode, portanto, ser certo o resultado final de um acontecimento, por se achar este nos desígnios de Deus; como, porém, quase sempre, os pormenores e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre-arbítrio dos homens, podem ser eventuais as sendas e os meios. Está nas possibilidades dos Espíritos prevenir-nos do conjunto, se convier que sejamos avisados; mas, para determinarem lugar e data, fora mister conhecessem previamente a decisão que tomará este ou aquele indivíduo. Ora, se essa decisão ainda não lhe estiver na mente, poderá, tal venha ela a ser, apressar ou demorar a realização do fato, modificar os meios secundários de ação, embora o mesmo resultado chegue sempre a produzir-se. É assim, por exemplo, que, pelo conjunto das circunstâncias, podem os Espíritos prever que uma guerra se acha mais ou menos próxima, que é inevitável, sem, contudo, poderem predizer o dia em que começará, nem os incidentes pormenorizados que possam ser modificados pela vontade dos homens.15. — Para determinação da época dos acontecimentos futuros, será preciso, ao demais, se leve em conta uma circunstância inerente à natureza mesma dos Espíritos.O tempo, como o espaço, não pode ser avaliado senão com o auxílio de pontos de referências que o dividam em períodos que se contem. Na Terra, a divisão natural do tempo em dias e anos tem a marcá-la o levantar e o pôr do Sol, assim como a duração do movimento de translação do planeta terreno. As unidades de medida do tempo necessariamente variam conforme os mundos, pois que são diferentes os períodos astronômicos. Assim, por exemplo, em Júpiter, os dias equivalem a dez das horas terrestres e os anos a mais de doze anos nossos.Há, pois, para cada mundo, um modo diferente de computar-se a duração, de acordo com a natureza das revoluções astrais que nele se efetuam. Já haverá aí uma dificuldade para que Espíritos que não conheçam o nosso mundo determinem datas com relação a nós. Além disso, fora dos mundos, não existem tais meios de apreciação. Para um Espírito, no espaço, não há levantar nem pôr de Sol a marcar os dias, nem revolução periódica a marcar os anos; só há, para ele, a duração e o espaço infinitos. (Cap. VI, nos 1 e seguintes.) Aquele, portanto, que jamais houvesse vindo à Terra nenhum conhecimento possuiria dos nossos cálculos que, aliás, lhe seriam completamente inúteis. Mais ainda: aquele que jamais houvesse encarnado em nenhum mundo, nenhuma noção teria das frações da duração. Quando um Espírito estranho à Terra vem aqui manifestar-se, não pode assinar datas aos acontecimentos, senão identificando-se com os nossos usos; ora, isso sem dúvida lhe é possível, porém, as mais das vezes, ele nenhuma utilidade descobre nessa identificação.16. — Os Espíritos, que formam a população invisível do nosso globo, onde eles já viveram e onde continuam a imiscuir-se na nossa vida, estão naturalmente identificados com os nossos hábitos, cuja lembrança conservam na erraticidade. Poderão, por conseguinte, com maior facilidade, determinar datas aos acontecimentos futuros, desde que os conheçam; mas, além de que isso nem sempre lhes é permitido, eles se vêem impedidos pela razão de que, sempre que as circunstâncias de minúcias estão subordinadas ao livre-arbítrio e à decisão eventual do homem, nenhuma data precisa existe realmente, senão depois que o acontecimento se tenha dado.Eis aí por que as predições circunstanciadas não podem apresentar cunho de certeza e somente como prováveis devem ser acolhidas, mesmo que não tragam eiva que as torne legitimamente suspeitas. Por isso mesmo, os Espíritos verdadeiramente ponderados nada nunca predizem para épocas determinadas, limitando-se a prevenir-nos do seguimento das coisas que convenha conheçamos. Insistir por obter informes precisos é expor-se às mistificações dos Espíritos levianos que predizem tudo o que se queira, sem se preocuparem com a verdade, divertindo-se com os terrores e as decepções que causem.17. — A forma geralmente empregada até agora nas predições faz delas verdadeiros enigmas, as mais das vezes indecifráveis. Essa forma misteriosa e cabalística, de que Nostradamus nos oferece o tipo mais completo, lhes dá certo prestígio perante o vulgo, que tanto mais valor lhes atribui, quanto mais incompreensíveis se mostrem. Pela sua ambigüidade, elas se prestam a interpretações muito diferentes, de tal sorte que, conforme o sentido que se atribua a certas palavras alegóricas ou convencionais, conforme a maneira por que se efetue o cálculo, singularmente complicado, das datas e, com um pouco de boa-vontade, nelas se encontra quase tudo o que se queira.Seja como for, não se pode deixar de convir em que algumas apresentam caráter sério e confundem pela sua veracidade. É provável que a forma velada tenha tido, em certo tempo, sua razão de ser e mesmo sua necessidade.Hoje, as circunstâncias são outras; o positivismo do século dar-se-ia mal com a linguagem sibilina. Daí vem que presentemente as predições já não se revestem dessas formas singulares; nada têm de místicas as que os Espíritos fazem; eles usam a linguagem de toda gente, como o teriam feito quando vivos na Terra, porque não deixaram de pertencer à Humanidade. Avisam-nos das coisas futuras, pessoais ou gerais, quando necessário, na medida da perspicácia de que são dotados, como o fariam conselheiros e amigos. Suas previsões, pois, são antes advertências, do que predições propriamente ditas, as quais implicariam numa fatalidade absoluta. Além disso, quase sempre motivam a opinião que manifestam, por não quererem que o homem anule a sua razão sob uma fé cega e desejarem que este último lhe aprecie a exatidão.18. — A Humanidade contemporânea também conta seus profetas. Mais de um escritor, poeta, literato, historiador ou filósofo hão traçado, em seus escritos, a marcha futura de acontecimentos a cuja realização agora assistimos.Essa aptidão, sem dúvida, decorre, muitas vezes, da retidão do juízo, no deduzir as conseqüências lógicas do presente; mas, doutras vezes, também resulta de uma especial clarividência inconsciente, ou de uma inspiração vinda do exterior. O que tais homens fizeram quando vivos, podem, com razão mais forte e maior exatidão, fazer no estado de Espíritos livres, quando não têm a visão espiritual obscurecida pela matéria.                                                                                                           Allan Kardec - A Gênese - cap. XVI

Têm os Espíritos o Dom da Ubiqüidade?!?



O evangelho segundo Mateus em seu capítulo 18, versículo 20, relata que o Mestre teria dito aos seus discípulos:
“... onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”A afirmação atribuída a Jesus pode ser vista por algum estudioso espírita como uma figura de linguagem. Afinal, sabendo nós que Jesus não é Deus, mas uma criatura como todos nós, apesar de imensamente mais evoluído, o dom da ubiqüidade parece não ser a ele atribuível. Mas, o que será que a Doutrina nos ensina sobre o assunto? Na Questão 92 de O Livro dos Espíritos, tratando do tema, perguntou Kardec: “Têm os Espíritos o dom da ubiqüidade? Por outras palavras: um Espírito pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo?”Responderam os Espíritos: “Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas, cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol? É um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide.”Observa-se, na pergunta 92, que Kardec quis deixar bem claro o que estava querendo saber, certamente não para que os Espíritos o compreendessem, mas, sim, para que aqueles que viessem a estudar O Livro dos Espíritos não ficassem com dúvidas quanto à questão. Daí o ter perguntado, a um só tempo, sobre se os Espíritos possuem ou não o dom da ubiqüidade e sobre o que deveria ser entendido pelo termo ubiqüidade em primeiro lugar. Ubiqüidade é o mesmo que existir em mais de um lugar ao mesmo tempo, é igual a ser dividido em pedaços, cada um indo para um lugar, ou é igual a existir em um só lugar, mas ser percebido ou interagir em vários lugares ao mesmo tempo? Os Espíritos, como fizeram ao longo de toda a Codificação, deram uma resposta sábia e precisa, afirmando que o Espírito não se divide, podendo, porém, irradiar-se “em todos os sentidos, levando muito longe seus raios”. Em outras palavras, o Espírito é (existe) em um só lugar, mas pode estar em vários, ao mesmo tempo. Os Espíritos lançaram mão da bela analogia com o sol, que existe em um só lugar, mas está em uma infinidade de lugares onde sua luz e seu calor são sentidos.O primeiro sistema de televisão somente foi inventado na primeira década do Século XX, o que não possibilitou aos Espíritos uma analogia ainda mais poderosa que a do Sol, pois aplicável a pessoas e não somente a corpos emissores de luz. Quando uma personalidade fala em cadeia nacional de televisão, seja um repórter de um telejornal, um político, um jogador famoso ou um líder de qualquer natureza, é perfeitamente lícito dizer que ele está nas casas de milhões de pessoas, mesmo sabendo todos que ele somente existe em frente à câmara que o está filmando.O leitor poderá observar que a pessoa que está falando em nossa casa fala a mesma coisa em todas as outras casas, o que evidencia que a analogia da TV ainda é imprecisa. Concordamos plenamente. No que diz respeito ao “em vários lugares ao mesmo tempo”, tanto a analogia do sol quanto a da TV são boas, mas ambas falham em caracterizar autonomia de ação da entidade existente em um só lugar em todos os lugares onde ela está.Para conseguirmos entender melhor a questão da ubiqüidade, portanto, teremos de lançar mão de outra abordagem. Quando estamos preocupados com determinada coisa, é comum nos depararmos com circunstância estranhas em que nos dá a impressão de que nossa mente está em dois lugares. Vejamos, por exemplo, o caso de uma mãe que foi trabalhar e deixou seu filhinho doente em casa, apesar de tê-lo medicado. No meio de uma reunião, seu chefe ou um colega observa que ela está estranha, confundindo coisas que não costuma confundir e lhe pergunta: “O que houve, você está tão estranha hoje, parece que está com a cabeça em outro lugar?”.Aquilo que o jargão popular chama de “estar com a cabeça em outro lugar” é exatamente o fenômeno de que estamos falando. Nossa mente é um poderoso processador que consegue executar vários processos de raciocínio ao mesmo tempo. Quando estamos preocupados é que se torna mais fácil percebermos essa habilidade de nossa mente. Mas não é só nesses casos que isso se torna evidente. Mentes reconhecidamente notáveis, em qualquer área do conhecimento humano, sempre foram observadas ocupadas com várias atividades ao mesmo tempo e desempenhando bem em todas elas.Nossa análise continua com a pergunta feita por Kardec em desdobramento à reposta que os espíritos deram à Questão 92. a) Todos os Espíritos irradiam com igual força?“Longe disso. Essa força depende do grau de pureza de cada um.”Ora, bem sabemos que onde pode estar nossa mente enquanto encarnados, poderemos estar como Espíritos quando nas dimensões espirituais. Pensemos, então: se nós, Espíritos imperfeitos encarnados, caminhando a tropeços para frente, submetidos à pesada influência da matéria, conseguimos manter nossa mente em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que devemos esperar dos Bons Espíritos e daqueles que já alcançaram a Perfeição?Nós, enquanto Espíritos Imperfeitos, conseguiremos estar em uns poucos lugares ao mesmo tempo quando no plano espiritual. Na medida em que formos evoluindo, no entanto, aumentará a quantidade de lugares em que poderemos estar ao mesmo tempo, primeiramente vários, depois, muitos, para, finalmente, quando atingirmos a condição de Espíritos Puros, lograrmos estar ao mesmo tempo em toda parte onde formos convocados. Para que não tenhamos dúvida de que isso um dia irá ocorrer, convém lembramos da promessa que nos fez nosso amado Mestre Jesus: “... onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Alguém julga que Jesus estava falando em sentido figurado ou temos na promessa do Mestre uma confirmação inequívoca do dom da ubiqüidade?                                                       Bibliografia:KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 74.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995 Artigo Publicado na Aurora: Revista de Cultura Espírita. Duque de Caxias: Ano XXVIII, No 104, 01/2007.

domingo, 10 de julho de 2011

Os Bons & os Maus



A Terra é um planeta de expiações e provas e os espíritos que nela reencarnam são, em sua maioria, imperfeitos e, por isso, sujeitos a cometer erros. Num tipo de planeta como esse, o mal predomina sobre o bem.
Ao lado de pessoas de índole boa, há indivíduos de natureza perversa. Os bons, freqüentemente, são mais doentes, sofrem mais e vivem menos. Os maus, com raras exceções, gozam boa saúde, vivem mais tempo e parecem sofrer menos.Esse contraste pode nos induos o problema como se o espírito só encarnasse uma vez. Muitas pessoas ficam intrigadas ao pensarem que Deus exige mais dos bons e deixa os maus agirem livremente, se examinam com a não intervenção do Criador. E questionam: por que Ele não detém os delinqüentes, sobretudo os que reincidem nos mesmos crimes? Por que não retira deste mundo tais pessoas? Por que não impede tais atos?A Doutrina Espírita nos fornece preciosos esclarecimentos sobre o assunto, fundamentados na reencarnação, livre-arbítrio e lei de causa e efeito.Cada existência é planejada, com antecedência, no Mundo Espiritual, antes da reencarnação. A duração da existência, saúde, doenças mais sérias, riqueza, pobreza fazem parte do planejamento. E todos os espíritos reencarnam com o objetivo de progredir, de só fazer o bem e de resgatar as dívidas contraídas em outras existências. Ninguém vem à Terra para fazer o mal.Depois de reencarnados, os espíritos conservam o livre-arbítrio. Podem desviar-se dos rumos traçados no Mundo Espiritual, abandonar os planos de trabalhar pelo próprio aperfeiçoamento e desviar-se para o caminho do mal. Os espíritos mais imperfeitos correm maior risco de cometer tais desvios, enquanto os que já conquistaram certas qualidades costumam cumprir os planos traçados antes da reencarnação.Deus não intervém. Deixa que suas leis se cumpram no momento oportuno. Ensina-nos Allan Kardec: "A prosperidade do mau não é senão momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre, está expiando o passado" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 6).Fica claro, pois, que o próprio espírito, utilizando o livre arbítrio que Deus concede a todos, traça a sua trajetória de deslizes e crimes hoje e grande sofrimentos no futuro, ou de aprendizado, lutas e sofrimentos hoje e felicidade no futuro.                          Umberto Ferreira

ABORTO GEMELAR em menina de 9 anos - O que diz o espiritismo?!?




O caso da menina de 9 anos de Alagoinha (PE), que, vítima de estupro pelo padastro, ficou grávida de gêmeos e acabou abortando os bebês, na 22ª semana de gestação, mais uma vez gerou debate sobre a questão do aborto em nosso País. Como poderia uma menina ser mãe aos 9 anos? E ainda vítima de abuso sexual? Seria possível conviver com aqueles bebês após todo o processo traumático vivenciado?
O endocrinologista Jorge Daher,membro da Associação Médico-Espírita de Goiás (AME-GO), analisa o caso: “O que temos certeza é que, se ela engravidou, o processo de puberdade se completou, ou seja, o eixo hipotálamo-hipófise-ovários já estava sem qualquer frenação e com a secreção pulsátil, o que permitiu a ovulação. O útero, se permitiu a nidação, também já tinha sofrido estímulo suficiente para aumento de seu volume e espessamento do endométrio. Sabemos que, quanto mais precocemente se iniciam os estímulos, maiores são as probabilidades de se desenvolver puberdade precoce. Por isso, crianças que sofreram abuso sexual tendem a entrar em puberdade precoce”, explica.“Minha experiência de 34 anos na Pediatria mostra que cada caso é um caso. Se me perguntarem se o aparelho reprodutor de uma criança de 9 anos está pronto para a maternidade vou dizer que ele ainda está em desenvolvimento, claro. Mas, no caso da menina de Alagoinha, a Sociedade Brasileira de Pediatria ainda não se manifestou, o que dificulta alguma avaliação”, afirma a pediatra Jandyra Loos, vice-presidente da Associação Médico-Espírita Carioca, que endossa a afirmação de Daher sobre a estimulação e o desenvolvimento da puberdade precoce. “O que precisamos ter em mente é que toda gestação segura implica um programa correto de consultas e exames realizados de rotina durante esse período”, alerta. Opção pela vida da mãe, o que fazer, então, em um caso como esse? É muito claro, para qualquer um, que a vida da gestante tem prioridade sobre a dos fetos, pois a deles só é viável se a dela estiver segura. Na questão 359 de O Livro dos Espíritos, os mentores espirituais admitem o aborto quando há perigo iminente de morte para a gestante, pois somente nessa situação se justificaria a opção pela vida da mãe, em detrimento da do feto. “A polêmica se instala quando o risco presumido, mas não real, é alçado à categoria de fato, e passamos a orientar nossa conduta a partir daí. Haveria, no caso da menina de 9 anos, risco iminente de vida? Nós não tivemos acesso a todas as informações, mas tudo indica que não, apenas alguns presumíveis, principalmente, devido à gravidez gemelar e à idade da gestante”, analisa a presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional Marlene Nobre. “A gestação da criança trazia risco potencial a ela, apenas provável, mas a intervenção foi por uma questão moral e não por questão unicamente técnica. O risco cardíaco que poderia se alegar, pelo fato da sobrecarga causada pela gestação, por si não era absoluto, nem mesmo qualquer outro risco”, argumenta Daher.E o que a práxis médica tem demonstrado? No Peru, uma menina de 9 anos deu à luz a uma criança; no Brasil, outras de 10 anos também tiveram filhos. “É escabroso? Sim, sem dúvida, mas infelizmente faz parte da dura realidade da vida terrena”, afirma Marlene. “Vida é uma questão sagrada. Se me pedissem que receitasse o remédio com a finalidade de praticar o abortamento, alegaria questão de consciência e não receitaria. Tenho esse direito garantido pelo Conselho Federal de Medicina. Se fosse incumbida de cuidar da pequena gestante, a internaria, junto com sua mãe, em uma instituição de saúde, garantiria a ela assistência completa, passaria a monitorar com segurança suas condições físicas, contando com os recursos atuais para um pré-natal de risco, daria a ela o acompanhamento psicológico necessário, e só iria interferir quando os dados clínicos demonstrassem que ela corria risco iminente de vida. Não se pode prever até onde a gestação chegaria. Poderia ocorrer o abortamento espontâneo e, neste caso, os riscos para a gestante seriam menores do que aqueles que ela correu com o produto químico que tomou para abortar. Pode ser também que os fetos ultrapassassem 22 semanas de gestação e pudessem ser retirados por cesariana”, analisa Marlene. De acordo com o cirurgião e membro da AME-Brasil Décio Iandoli Jr., revolta e reações de acolhimento podem nos fazer esquecer que a violência da qual a menina de Alagoinhas foi vítima gerou mais duas vítimas que, como ela, precisam de proteção e acolhimento, mesmo caso da mulher vítima de violência sexual seguida de gravidez, em que a vítima não é apenas ela, mas também o ser encarnado que foi viabilizado pela agressão. “Não estou tentando emitir juízo, muito menos condenação, mas avaliando a situação de forma racional e lógica, otimizando os conceitos da ciência e do Espiritismo para a melhor análise, tentando evitar uma reação emocional, instintiva”, pondera.Iandoli Jr. lembra que a Medicina já estabeleceu as características de uma entidade clínica chamada “síndrome pós-traumática” e que as mulheres que praticaram o aborto são vítimas desta doença, agravando a médio e longo prazos sua condição de saúde psíquica. “Nas vítimas de estupro, o aborto só pode amplificar a gravidade da síndrome pós-traumática desencadeada pela agressão sexual (uma violência em cima de outra). Se o estrago em uma mulher adulta já é grande, o que podemos esperar em uma criança? Sejamos racionais e deixemos de transferir a culpa de atos escabrosos para inocentes, pois, além de não resolvermos o problema, geramos mais dor e mais injustiça. Devemos atacar o problema na sua base, nas suas causas reais com educação e assistência médica e psicológica, e vamos promover o cuidado com competência e amor”, afirma o cirurgião.Descaso com a educação“É natural que a gente se sinta mal ao tomar conhecimento de um caso doloroso como esse, principalmente porque ele põe a descoberto o mau exemplo do nosso País no campo da pedofilia e do abuso de crianças no recesso do lar. Embora estes sejam descalabros mundiais, aqui, no Brasil, apresentam-se muito agravados em virtude do descaso a que é relegada a educação. Ao tratar da questão da gravidez dessa menina não vi, em nenhum momento, a mídia e nenhuma fatia da sociedade ou formadores de opinião chamarem a atenção para o problema crucial nesse caso: a falência da educação no Brasil. Indignar-se matando crianças através do aborto, infelizmente, é o caminho mais curto que muitos elegeram como meio de aplacar a dor de consciência, mas que não resolve em nada o problema e só o agrava. É claro que somente a educação moral, conforme propõe Kardec, é que vai nos levar à verdadeira renovação espiritual, mas a instrução, por si só, já ajudaria e muito. Não iríamos resolver de imediato o problema do estupro ou da pedofilia, mas contribuiria em muito para a sua diminuição em um futuro próximo”, observa Marlene. “Resignação diante do que não pode ser mudado e ação para impedir que essas atrocidades continuem a ocorrer é o que está ao nosso alcance fazer, para que num futuro próximo, não tenhamos mais que discutir este assunto”, finaliza Iandoli Jr.                                                   Cláudia Santos

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Déjà vu




O fenômeno se traduz por uma estranha impressão de já ter vivenciado a cena presente e mesmo saber o que se vai passar em seguida, ainda que a situação que esteja a ser vivida seja inédita. Conhecido como déjà vu, ou paramnesia (como também é conhecido), tem sido, ao longo dos anos, objeto das mais díspares tentativas de interpretação. Para Sigmund Freud, as cenas familiares seriam visualizadas nos sonhos e depois esquecidas e que, segundo ele, eram resultado de desejos reprimidos ou de memórias relacionadas com experiências traumáticas. Fabrice Bartolomei, Neurologista francês, a paramnesia é resultado de uma fugaz disfunção da zona do córtex entorrinal, situado por baixo do hipocampo e que se sabia já implicada em situações de "déjà vu", comuns em doentes padecendo de epilepsia temporal.

Experiências, conduzidas por investigadores do Leeds Memory Group, permitiram recriar, em laboratório e através da hipnose, as sensações de "déjà vu". Outros dados explicam que situações de stress ou fadiga possam favorecer, nesse contexto disfuncional, o aparecimento do fenômeno, mas a causa precisa deste "curto-circuito" cerebral permanece, ainda, uma incógnita.

Muitos de nós já tivemos a sensação de ter vivido essa situação que acabamos de relatar. Como já ter estado em um determinado lugar ou já ter vivido certa situação presente, quando, na realidade, isto não era de conhecimento anterior? Em alguns casos, ocorre a habilidade de, até, predizer os eventos que acontecerão em seguida, o que é denominado premonição. Seria um bug cerebral, premonição ou mera coincidência? A psiquiatria e a Doutrina Espírita explicam esta questão de formas diferentes.

Sabe-se que nossa memória, às vezes, pode falhar e nem sempre conseguimos distinguir o que é novo do que já era conhecido. "Eu já li este livro?" - "Já assisti a este filme?" - "Já estive neste lugar antes?" - "Eu conheço esse sujeito?" Estas são perguntas corriqueiras de nossa vida. No entanto, essas dúvidas não são acompanhadas daquele sentimento de estranheza que é indispensável ao verdadeiro déjà vu. Para alguns estudiosos, quando a sensação de familiaridade com as situações, lugares ou pessoas desconhecidas é freqüente e intensa, pode, até, ser um dos sintomas da epilepsia, na área do cérebro responsável pela memória, mas, essa mesma sensação pode indicar outros sintomas. Déjà Vu é um fenômeno anímico muito comum , embora de complexa definição científica.

Pode ocorrer com certa freqüência em indivíduos com distúrbios neuropatológicos, como a esquizofrenia e a epilepsia. Mas há, também, outras predisposições maiores por fatores não patológicos, como fadiga, estresse, traumas emocionais, excesso de álcool e drogas. Há, ainda, as teorias da psicodinâmica, da reencarnação, holografia, distorção do senso de tempo e transferência entre hemisférios cerebrais. São tão complexas as análises, que especialistas reagem contra a limitação do "vu", que restringiria ao mundo do que pode ser "visto", e já utilizam formas paralelas que fariam referência mais específica aos vários tipos de situação: "déjà véanus" ("já vivido"), "déjà lu" ("já lido"), "déjà entendu" ("já ouvido"), "déjà visité" ("já visitado") - o que pode, um dia, acarretar um "déjà mangé" ("já comido") ou um "déjà bu" ("já bebido").

Os especialistas, ainda, não sabem, concretamente, como ocorre, exatamente, a sensação do déjà vu em pessoas não epilépticas. A que ocorre em pessoas com a doença, no entanto, existem algumas hipóteses, como a batizada, pelo psicólogo Alan Brown, de "duplo processamento". (1) Segundo o psicólogo Alan Brown, professor da Universidade Southern Methodist, nos Estados Unidos, e autor do livro "The Déjà Vu Experience" (a experiência do déjà vu), dois terços da população mundial relatam ter tido, ao menos, um déjà vu na vida.

Para os conceitos espíritas tudo o que vemos e nos emociona, agradável ou desagradavelmente, nesta e nas encarnações pretéritas, fica, indelevelmente, gravado em alguma parte da região talâmica do cérebro perispiritual, e, em algumas ocasiões, a paramnesia emerge na consciência desperta. Pode, também, ser uma manifestação mediúnica se o médium entra, em dado momento, em um transe ligeiro, sutil, e capta a projeção de uma forma-pensamento emitida por um espírito desencarnado; essa é outra possibilidade.

A tese da reencarnação é difundida há milhares de anos. No Egito, um papiro antigo diz: "o homem retorna à vida varias vezes, mas não se recorda de suas pretéritas existências, exceto algumas vezes em sonho. No fim, todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas." (2)

Em que pese serem as experiências déjà vu, segundo o academicismo, nada mais do que incidentes precógnitos esquecidos, urge considerar, porém, que existem situações dessa natureza que não podem ser explicadas dessa maneira. Entre elas, está em alguém ir a uma cidade ou a uma casa, pela primeira vez, e tudo lhe parecer muito íntimo, ao ponto de prever, com exatidão, detalhes sobre a casa ou a cidade; descreve, inclusive, a disposição dos cômodos, dos móveis, dos objetos e outros detalhes que estão muito além do âmbito da precognição normal. "Em geral, as experiências precógnitas são parciais e enfatizam certos pontos notáveis, talvez alguns detalhes, mas nunca todo o quadro. Quando o número de detalhes lembrado torna-se muito grande, temos que desconfiar, sempre, de que se trata de lembranças de uma encarnação passada". (3)

Apesar de não serem abundantes as publicações e depoimentos sobre o assunto, há teorias que associam o déjà vu a sonhos ou desdobramento do espírito, onde o espírito teria, realmente, vivido esses fatos, livre do corpo, e/ou surgiriam as lembranças de encarnações passadas, como disse acima, o que levaria à rememoração na encarnação presente. (4) Hans Holzer, registra uma história, em que ele descreve a experiência déjà vu: "durante a Segunda Guerra Mundial, um soldado se viu na Bélgica e, enquanto seus companheiros se perguntavam como entrar em determinada casa, em uma cidadezinha daquele país, ele lhes mostrou o caminho e subiu a escada à frente deles, explicando, enquanto subia, onde ficava cada cômodo. Quando, depois disso, perguntaram-lhe se havia estado ali antes, ele negou, dizendo que nunca havia deixado seu lar nos Estados Unidos, e estava dizendo a verdade. Não conseguia explicar como, de repente, se vira dotado de um conhecimento que não possuía em condições normais". (5)

Cremos que a experiência déjà vu é muito profunda e o sentimento é de estranheza. Devemos distinguir um sintoma do outro, pois, cada caso é um caso e nada acontece por acaso. Por ser um fenômeno profundamente anímico, é prudente separarmos as teorias da reencarnação, sonhos ou desdobramentos, das teorias de desejos inconscientes, fantasias do passado, mecanismo de autodefesa, ilusão epiléptica, entre outras, para melhor discernimento do que, realmente, seja uma paramnesia e o que seja, apenas, uma fantasia de nosso imaginário fecundo.

FONTES:
(1) Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u566377.shtml
(2) Papiro Anana" (1320 A.C.)
(3) Revista Cristã de Espiritismo, edição 35
(4) Idem
(5) Idem

Déjà Vu é um Fenômeno Instigante
Por.: Jorge Hessen

O Poder do Passe




O Passe Espiritual constitui-se em uma prática importante no meio espírita, envolvendo o necessitado, o médium passista (medianeiro e co-participante do processo) e o(s) espírito(s) assessor(es). Basicamente, o passe envolve uma troca de fluidos (geralmente do médium e do plano espiritual para o enfermo), e não possui qualquer tipo de contra indicação, sendo sempre valioso nos diversos tipos de enfermidades e distúrbios, podendo ser aplicado em qualquer pessoa e de qualquer idade.

No entanto, todos nós sabemos que, para ser ministrado com a maior eficiência possível, alguns requisitos básicos devem ser satisfeitos. Do médium passista, requer-se hábitos sadios e atitudes cotidianas exemplares, baseadas na simplicidade, humildade e controle emocional. Do enfermo, que se coloque em posição mental de querer efetivamente receber a ajuda de que veio em busca - ".... foi tua fé que te salvou", como sempre dizia Jesus.

Mas as perguntas básicas que podemos formular são: Por quais mecanismos se processa o passe? Por quê a necessidade da oração durante o passe? É necessário o uso de gestos específicos ou vestimentas especiais para se ministrar o passe? Respostas a estas e outras perguntas do gênero, podem ser encontradas no livro de André Luís, "Mecanismos da Mediunidade", psicografado pelo Chico Xavier.

De acordo com André Luís, o cérebro pode ser considerado como potente emissor e receptor de ondas mentais, ao mesmo tempo. A frequência destas ondas mentais caracteriza o nível moral/espiritual de cada criatura e também se reflete na sua aura. Basicamente, a aura corresponde a correntes atômicas sutis do pensamento, que possui frequência e cor peculiares, e quanto mais nobres forem os ideais e mais correta a conduta moral, maior será a frequência das ondas emitidas.

De forma geral, para que haja a perfeita interação (e consequente troca de pensamentos, fluidos e energia) entre duas criaturas, é necessário que elas estejam "sintonizadas" uma com a outra, isto é, que seus estados íntimos, ao menos naquele instante, estejam vibrando na mesma faixa de frequência. Durante uma manifestação mediúnica qualquer da qual participa um mensageiro das altas esferas, por exemplo, ele irá se esforçar por diminuir o seu padrão vibratório ao mesmo tempo que solicitará ao médium um certo esforço no sentido de elevar sua freqüência mental intrínseca, o que será conseguido se ele se mantiver em concentração e em oração fervorosa. Se o médium possuir de fato o desejo de servir, então ele conseguirá, através da oração sincera, elevar seu padrão vibratório e o intercâmbio transcorrerá com facilidade e segurança. Caso o médium não realize este esforço, a comunicação torna-se tanto mais difícil quanto maior for o grau de desatenção do médium.

Nunca devemos nos esquecer que esta influenciação que recebemos das diversas entidades espirituais é sempre determinada pela configuração do padrão vibratório que dispomos no momento, reflexo imediato dos pensamentos e/ou sentimentos que nos assenhoram o íntimo. Considerando que chegam até nós tanto os pensamentos elevados (emitidos por espíritos protetores e mensageiros do bem) como também os pensamentos perniciosos (emitidos por entidades inconseqüentes e zombeteiras), passaremos naturalmente a "dar ouvidos" (sintonizar) àqueles que possuem a mesma frequência que os nossos. Daí a atração que se exerce sobre semelhantes. No fundo, nós é que escolhemos os espíritos que nos acompanham, segundo nosso modo de ser e pensar.

Desta forma, durante o passe espiritual, é fundamental que o médium se coloque em condições de sintonia perfeita com o(s) espírito(s) benfeitor(es) que o acompanha na tarefa. Além disto, o médium e sua equipe devem procurar meios de incentivar aquele que está recebendo o passe a elevar, por sua vez, sua própria condição vibratória, uma vez que processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto maior for a sintonia e confiança daquele que lhe recolhe os benefícios. Por exemplo, se tiver sido recebido anteriormente com gestos de atenção e carinho, o enfermo tende a acolher as sugestões emitidas, passando a emitir pensamentos relacionados com o bem estar que procura. Durante o passe em si, o médium estará também projetando o seu próprio fluxo energético sobre a epífise do necessitado, provocando nele o estado de atenção. Suas palavras de consolo têm, então, forte poder indutivo sobre o enfermo, fazendo com que ele passe a emitir ondas mentais renovadas, de refazimento, e que passam a agir tanto quanto possível sobre as células do veículo fisiopsicossomático de forma restaurativa, inclusive as dos tecidos celulares afetados.

Como vemos, a eficácia do passe depende quase que exclusivamente de processos mentais que envolvem três partes: o espírito auxiliar, o médium e o enfermo. Se qualquer um deles jaz desatento ao trabalho, com a mente voltada para objetivos estranhos à tarefa em andamento, o intercâmbio de fluidos torna-se difícil, com resultados aquém do desejável.

Em decorrência desta análise, concluímos que a utilização de roupas específicas ou gesticulações padronizadas, são totalmente dispensáveis, já que são os sentimentos nobres e a vontade de servir que determinam o grau de sintonia com as esferas superiores e perfeito êxito da tarefa.

O Poder do Passe


Por: Álvaro Vanucci (É Físico, Professor, Membro do Conselho Deliberativo da ABRAPE) http://www.promaster.com.br/abrape