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domingo, 19 de junho de 2011

Médium na Igreja Católica



Lotando igrejas há 15 anos com um grupo que reza o Terço de forma bastante incomum, ele conversa com os santos, os anjos e os mortos. E hoje lança seu primeiro livro, “a pedido de Nossa Senhora” POR BRUNO ASTUTO.

Rio - À primeira vista, o carioca Pedro Siqueira, 39 anos, é um cara normal. Torcedor (roxo) do Fluminense, formado pela PUC do Rio, dá expediente todos os dias na Advocacia Geral da União e ministra aulas de Direitos Administrativo e Processual Civil. Casado com outra advogada, Natália, espera o primeiro filho, mora em Botafogo, gosta de viajar e pratica jiu-jítsu nas horas vagas.

Tudo bem trivial não fosse Pedro o maior fenômeno da Igreja Católica que o Rio já conheceu nos últimos tempos. Há 15 anos vem lotando igrejas, — primeiro a Santa Mônica, no Leblon, hoje a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na Gávea — todas as últimas terças-feiras do mês, com seu grupo de oração do Terço, em que ora, lê passagens da Bíblia, canta, toca violão e transmite cerca de 10 mensagens de santos, anjos e mortos, os quais, conta, vê e escuta desde criança.

Quando começaram as suas visões?
Minha mãe relata que a primeira vez que ela viu que havia algo de diferente foi quando eu, bebê, morri nos braços dela. Ela correu para chamar uma vizinha, me levou ao hospital e, de repente, eu ressuscitei. Lá em casa, as janelas batiam, a cama balançava, as coisas mexiam. Daí comecei a ter as visões, as audições e as coisas que falam dentro do meu peito. Às vezes, coisas muito ruins.

Esses fenômenos ainda continuam?

Teve um dia que começaram a aparecer tufos de cabelo pelo chão da casa; em outro, no banheiro social, as paredes apareceram cheias de fezes de morcego. Mas, no geral, não acontecem. De vez em quando, aparecem pessoas no Terço dizendo que estão possuídas, mas não estão.

Os médicos descartaram qualquer possibilidade de um caso clínico?
Tudo: neurologista, psicólogos, psiquiatras. Disseram que não havia nada clinicamente, que eu era uma pessoa normal, que não precisava de remédios. Era atleta, competia na natação. Minha mãe, então, pensou: ‘vou ter que colocar um cabresto nesse menino’ e me proibia de falar, para me proteger. Se meu filho também tiver o dom, eu agiria diferente.

Como era na escola?
Eu ficava na minha, porque tinha que me enturmar. Naquela época, o Santo Agostinho era só de meninos. Dentro da medida, eu tive uma vida normal, fora as visões. Saía, namorava, ia a matinês, mas sempre gostei mais dos esportes.

Você também vê mortos, mas a fé católica, de certa forma, proíbe a comunicação com eles.

No episódio da Transfiguração, Jesus se comunica com Moisés, e os apóstolos também o veem. Não existe nenhum dogma que proíba isso. O Padre Pio, que foi santificado pelo Papa João Paulo II, conversava com almas do Purgatório, por exemplo. Sou muito devoto dele.

Alguém na Igreja já lhe disse para parar?
Para parar não, mas, às vezes, vinha um padre pedindo que eu não desse as mensagens, que eu não falasse de cura, acho que por medo de algo que não está sob controle. Mas isso não está no controle de ninguém, nem do meu. Por uma política de boa vizinhança, eu não faço muita coisa que poderia fazer. Mas a Bíblia tem uma coisa muito interessante que é a questão de não chocar seu próximo.

Como reagem as pessoas do seu trabalho, na Advocacia Geral da União?
Eu trabalho na Procuradoria Regional. As pessoas no início ficaram chocadas, mas hoje se acostumaram, umas me pedem para rezar.

Suas visões o ajudam nos casos judiciais?
Não (risos). Nossa Senhora não me aparece, não se mete nisso. Acho que são assuntos muito mundanos para Ela. Com o tempo, eu aprendi a controlar o dom; no tribunal, por exemplo, não vejo nada.

Você tem medo de que as pessoas não acreditem em você?
Tem várias pessoas que não acreditam, várias. Até parentes meus, que acham uma bobagem. Eu realmente não ligo. Nada acontece por acaso; eu tenho uma missão a cumprir. Se Nossa Senhora escolheu essa missão para mim, eu faço por Ela, por amor a Ela. Se eu não fizesse, eu seria incompleto. Eu não posso me trancar e isolar do mundo como eu gostaria e ficar somente vendo e meditando.

E você considera isso um dom ou um fardo?
Todo dom é pesado, porque ele te exige muito. Tem épocas em que eu estou mais cansado, que eu não quero ir ao Terço, que sinto dores terríveis pelo corpo, pela coluna, pelas pernas, nas mãos. No começo, as reuniões eram semanais, agora são mensais, por causa do volume de
trabalho. Eu sei que algumas pessoas vão ao grupo me vendo como uma atração de circo. Isso já me incomodou, mas hoje entendo que é um gancho que Nossa Senhora usou para divulgar o Terço.

Por que você tem esse dom e não eu, só para dar um exemplo?
Também gostaria de saber, mas todo dom passa pela individualidade. Na verdade,eu sou um homem das cavernas. Sou um cara cheio de manias, sou travado, não sou moderno, gosto de futebol, de lutar, não gosto de publicidade nem de aparecer. Mas entendo que seja necessário para divulgar o livro, que me foi pedido por Nossa Senhora numa peregrinação a Fátima. Eu não sou padre, não doutrino ninguém, só quero rezar o Terço. A mensagem do livro é que as pessoas têm que recuperar sua fé, porque sempre tem um momento na vida em que dinheiro e beleza não resolvem nada.

É verdade que o telefone só toca de lá para cá, como disse Chico Xavier?
É verdade. Não adianta a pessoa me procurar e pedir para falar com alguém. As pessoas precisam aprender a rezar por elas, pelo próximo, pelo irmão, pelo mundo e a não precisarem de mim para rezar. Eu saio com muitos pedidos de oração, mas seria melhor que a própria pessoa fizesse isso.

Você se considera o Chico Xavier dos católicos?
Nunca. Ele era um homem santo, puro, puríssimo.

Você disse que vê também espíritos maus. Quer dizer que eles existem?
Vejo, sim, e claro que existem, assim como existem pessoas boas e más.

E quanto ao assassinato das crianças de Realengo, que chocou o País?
Ele não estava possuído; era uma pessoa doente que não foi tratada. Ao que me parece, pela leitura da carta e pelo histórico, ele estava em surto. Tenho visto no grupo várias pessoas com problemas psicóticos, esquizofrênicos, depressivos que não são tratadas e atribuem seus problemas a uma natureza espiritual. O assassino, sem dúvida, terá que cumprir uma pena, mas sua perturbação mental será levada em conta. Temos também que orar por ele, porque Deus ama todos os Seus filhos.

Como uma mãe de Realengo pode ter fé depois de uma tragédia como essa?
Uma tragédia como essa significa que Deus ruiu a casa dela inteira para que tudo recomece do zero, com Ele. Porque isso aqui é passagem, nós estamos em trânsito. No início pode haver revolta, mas é preciso ter fé, porque a verdade está do outro lado.
Em maio, esse rapaz esteve no programa Mais Você, de Ana Maria Braga. Ana Maria perguntou se suas visões não atrapalhavam a Igreja Católica.

Ele disse que não, que muitos pediam que ele fosse rezar e que não dissesse que via espíritos; ele respondia que não, isso seria negar o dom que Deus lhe deu, e se é dom é justamente para se doar e ajudar as pessoas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Filhos Especiais



A expectativa que toma conta do período de gestação da mulher é tão especial e admissível que se justifica a frustração ou a amargura que envolve tantos corações, quando constatam que seus rebentos, ansiosamente aguardados, são portadores de deficiência física ou mental ou a conjugação de ambas.
Compreensíveis a dor e a surpresa que se alojam nas consciências e nas almas paternas, ao começarem a pensar nas limitações e conflitos, agonias e enfermidades que acompanharão os seus filhos, marcados, irremediavelmente, para toda uma existência de dependências e limitações.Quantos são os pais que, colhidos no amor próprio, fogem da responsabilidade de cooperar com os filhos debilitados?Quantas são as mães que, transformadas em estátuas de dor ou de revolta, abandonam os filhos à própria sorte, relegando-os aos ventos do destino?Entretanto, levanta-se um enorme contingente de pais e de mães que, ao identificarem os dramas em que se acham seus filhos inseridos, enchem-se de ternura, de dedicação, vendo nos rebentos, achacados no corpo ou na mente, oportunidades de crescimento e enobrecida luta em prol do futuro feliz para todos.*Seu filho com deficiência, não o descreia, é alguém que retorna aos caminhos humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.Seus filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio, as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da sagacidade mental para induzir ao erro, para destruir vidas no mundo, para infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores, provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da estrutura cerebral.Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psico-cerebrais, tangidos pela Síndrome de Down, mas, também, os que resolveram mergulhar nas valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, mantendo-se com os fulcros de energias perispirituais sob graves distúrbios que deverão ser recompostos por meio da reencarnação.Indivíduos que, no passado, se atiraram à insana destruição corporal, arremessando-se de altitudes, ou sob pesados veículos, ou deixando-se afogar no bojo de massa líquida, podem retornar agora na posição de filhos da sua carne, marcados por hemi, para ou tetraplegias, por cegueira, mudez, surdez ou outras dramáticas situações que estão situadas no território das teratologias.O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias; o domínio cruel de massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos, produzindo sobre a rede psico-nervosa adulterações nas energias circulantes, provocando panes de freqüência variada, de caráter simples ou crônico.Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições, necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superar as próprias deficiências, colocando-se aparelhados de resignação e esforço íntimo para que suplantem-se a si mesmos, rumando para Deus, após atendidos os projetos redentores da Divindade.Ame seus rebentos problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos, cooperando com eles, com muita paciência e com o preito da ternura, para que possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no rumo do nosso Criador.Forre-se de carinho, de paciência, de tranqüilidade interior, vendo nesses filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as burile.Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus envolvimentos e compromissos com eles.Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte, mas, pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos descabidos, mas, sim, auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você, igualmente, avança para o Criador, sofrendo por seu turno o ter que vê-los resgatar, sem outra opção que não seja abraçá-los e se colocarem, você e eles, sob a luz do amor de Deus, resignadamente. 
(Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, inserta no livro "Nossas Riquezas Maiores"

Desencarnação




A certeza da vida futura não exclui as apreensões do homem quanto à desencarnação. Há muitos que temem não propriamente a vida futura, mas o momento da morte. Será ele doloroso? Tentando elucidar essas questões, Kardec inquiriu os Espíritos e deles recebeu a informação de que o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte e que os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito.

É preciso, no entanto, que consideremos que a desencarnação não é igual para todos e que, ao contrário, há uma variação muito grande, tão grande quanto as diferentes formas de viver adotadas pelos encarnados. Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convulsões terríveis de outros, pode-se previ-amente julgar que as sensações experimentadas nem sempre são as mesmas.A separação da alma é feita de forma gradual, pois o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.Alguns fatores podem influir para que o desprendimento ocorra com maior ou menor facilidade, fatores que estão relacionados com o estado moral do homem quando encarnado. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego do indivíduo à matéria, que atinge o seu ponto máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusivamente à vida de gozos materiais. Ao contrário disso, nas almas puras – que antecipadamente se identificam com a vida espiritual – o apego é quase nulo.O desprendimento da alma jamais é brusco, mas gradual. Em se tratando de morte natural resultante da extinção das forças vitais por velhice ou enfermidade, o desprendimento opera-se gradualmente. Para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se destacam das coisas terrenas, o desprendimento quase se completa antes da morte real, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já começa a penetrar a vida espiritual, apenas ligado à matéria por elo tão frágil que se rompe com a última pancada do coração.No homem materializado e sensual, que mais viveu do corpo que do Espírito, e para quem a vida espiritual nada significa, tudo contribui para estreitar os laços materiais e, quando a morte se aproxima, o desprendimento, embora também se opere gradualmente, demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes, e outras vezes se agarra ao corpo, do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.O desconhecimento da vida espiritual faz com que o Espírito se apegue à vida material, estreitando os seus horizontes e resistindo com todas as forças, conseguindo prolongar a vida e, conseqüentemente, a sua agonia, por dias, semanas ou meses. Em tais casos, a morte não implica o fim da agonia, pois a perturbação continua e ele, sentindo que vive, sem saber definir seu estado, sente e se ressente da doença que pôs fim aos seus dias, permanecendo com essa impressão indefinidamente, uma vez que continua ligado à matéria por meio de pontos de contato do perispírito com o corpo. Dá-se o contrário com o homem que se espiritualizou durante a vida. Depois da morte, nem uma só reação o afeta. Seu despertar na vida espiritual é como quem desperta de um sono tranqüilo, lépido, para iniciar uma nova fase de sua vida. No suicídio, a separação da alma é bastante dolorosa. Nas mortes violentas, como nos acidentes, nenhuma desagregação teve início antes da separação do perispírito. Nesse caso, o desprendimento só começa depois da morte e seu término não ocorre rapidamente. O Espírito fica aturdido, não compreende o seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme o seu nível de espiritualização.Nos casos de suicídio, a separação da alma é extremamente dolorosa. Constituindo o suicídio um atentado contra a vida, o sofrimento quase sempre permanece por período igual ao tempo em que o Espírito deveria estar encarnado. Além disso, as dores da lesão física provocada repercutem no Espírito. A decomposição do corpo e sua destruição pelos vermes são sentidas em detalhes pelo Espírito desencarnado, conquanto tal fato não constitua regra geral. Há ademais o remorso, gerando sofrimento moral para aquele que decidiu desertar da vida.O espírita sério, adverte-nos Kardec, não se limita a crer, porque compreende, e compreende, por-que raciocina. A vida futura é para ele uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos, uma realidade que ele toca e vê a cada passo e de tal modo que a dúvida não pode ter guarida em sua alma. A existência corporal, tão limitada, amesquinha-se diante da vida espiritual. Que lhe importam os incidentes da jornada, se compreende a causa e a utilidade das vicissitudes humanas quando suportadas com resignação?A alma se eleva então em suas relações com o mundo visível; os laços fluídicos que o ligam à matéria enfraquecem-se, operando por antecipação um desprendimento parcial que facilita a passagem para a outra vida. A perturbação conseqüente à transição pouco perdura, porque, uma vez franqueado o passo, para logo se reconhece, nada estranhando, mas antes compreendendo a sua nova situação.A prece é útil no desprendimento da alma. O desprendimento da alma, uma vez morto o corpo físico, começa pelas extremidades e vai-se completando na medida em que são desligados os laços fluídicos que a prendem ao veículo carnal. No livro "Obreiros da Vida Eterna", cap. XIII, o instrutor Jerônimo informa que há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, situado no cérebro. Essa foi a ordem em que ele atuou para facilitar o desprendimento de Dimas, descrito no referido livro.A prece auxilia bastante o desprendimento do Espírito. Allan Kardec relata no livro "O Céu e o In-ferno" o caso Augusto Michel, ocorrido em 1863, o qual pediu a um médium fosse até o cemitério orar no seu túmulo. O Espírito de Augusto Michel suplicou tanto, que o médium atendeu e no próprio cemitério ouviu o agradecimento de Michel, que se disse aliviado da constrição que antes o fazia preso ao corpo. Ao comentar o caso, Kardec indaga se o costume quase geral de orarmos ao pé dos defuntos não proviria da intuição inconsciente que se tem desse efeito. 
Thiago Bernardes


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Acredite...Deus esta Bordando...



Eu era pequeno, minha mãe costurava muito.

Eu me sentava no chão, brincando perto dela, e sempre lhe perguntava o que estava fazendo.


Respondia que estava bordando. Todo dia eram as mesmas perguntas e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada e repetia:


"Mãe, o que a senhora está fazendo?"


Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada.


Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:


"Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o coloco sentado em meu colo. Deixarei que veja o trabalho da minha posição."


Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo:


"Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outros claros?"


"Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados?"


"Por que estavam cheios de pontas e nós?"


"Por que não tinham ainda uma forma definida?"


"Por que demorava tanto para fazer aquilo?"


Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:


"Filho, venha aqui e sente em meu colo."


Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer! Lá de baixo parecia tão confuso! E de cima vi uma paisagem maravilhosa!


Então minha mãe me disse:


"Filho, de baixo, parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo."


Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:


"Pai, o que estás fazendo?"


Ele parece responder:


"Estou bordando a sua vida, filho."


E eu continuo perguntando:


"Mas está tudo tão confuso... Pai, tudo em desordem. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros. Por que não são mais brilhantes?"


O Pai parece me dizer:


"Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim ...e Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha posição."


Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida.Não se desespere, se olhando para sua vida hoje, do seu ponto de vista, está vendo um emaranhado.


Do outro lado, Deus está bordando...


Confia nEle, Ele o mais fará!!! 

Espiritismo na Rede! 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Da Erraticidade e da Reencarnação

O que é Espírito errante?

São os Espíritos desencarnados que ainda precisam reencarnar para se aperfeiçoar. Os Espíritos puros que atingiram a perfeição não são errantes, porque não precisam mais reencarnar.

O que é erraticidade?

Os Espíritos (desencarnados) que ainda necessitam reencarnar, enquanto aguardam (no plano espiritual) uma nova encarnação eão para outra.

O Espírito progride na ncontram-se na erraticidade. Então, erraticidade é o intervalo que se encontra o Espírito de uma encarnaçerraticidade?

Pode melhorar-se muito, depende da vontade e do desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em pratica as idéias que adquiriu. (questão 230)

Ou seja, na erraticidade (enquanto o Espírito aguarda uma nova encarnação), ele estuda, aprende e depois tem que reencarnar para colocar em prática o que aprendeu neste intervalo, é o caso de André Luiz. Exemplo: É no estágio que o aluno coloca em prática o que aprendeu na escola.


Existe um tempo certo para reencarnar?

Não. Podemos ficar um ano ou um milênio. Depende de nossas necessidades e opções.

Em média, ficamos mais tempo na Terra ou no Além?

Tendemos a ficar mais tempo no mundo espiritual, até por uma questão de disponibilidade reencarnatória. A população desencarnada é bem maior, perto de 20 bilhões. Não estão equivocados os confrades que falam da necessidade de valorizarmos a experiência humana, considerando que há filas no Além, aguardando o mergulho na carne.

O retorno à carne é decidido pelo próprio interessado?

Depende de seu estágio evolutivo. Espíritos mais amadurecidos, conscientes de suas responsabilidades planejam a época do retorno. Espíritos imaturos são orientados e conduzidos por mentores espirituais.

E se o Espírito recusar-se a reencarnar?

Havendo necessidade premente, seus mentores providenciarão a reencarnação compulsória.

Obrigado a reencarnar, não será natural que o Espírito venha a se rebelar, que não assuma suas responsabilidades?

Provavelmente, tanto quanto o sentenciado que não se conforma com a prisão em que foi confinado. Mas, assim como a penitenciária objetiva conter o comportamento criminoso, a reencarnação compulsória desbasta as imperfeições mais grosseiras do Espírito reencarnante. Entre "choro e ranger de dentes", segundo a expressão evangélica, ele amadurecerá. 
Marco Aurélio
Espiritismo na Rede

Adão e Eva?


De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus durante uma semana. Essa descrição é de 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os conhecimentos científicos de hoje.

Por isso, é óbvio que não podemos analisar a Bíblia em seu sentido literal, sob pena de cairmos na infantilidade como a de achar que Deus tenha moldado Adão da argila, soprando-lhe a vida, e que uma de suas costelas foi a matéria-prima para o nascimento de Eva.


Sabemos hoje que A VIDA apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos após o início da formação da Terra. Afirma-se que ela (A VIDA) tenha surgido na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes seres deram origem às células, depois às plantas e aos animais invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, do mar, a vida se fixou sobre a terra firme e depois no ar.


OS PRIMEIROS SERES HUMANOS surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta tem mais de 3 bilhões de anos. Ao longo dos anos, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Esse processo chama-se EVOLUÇÃO.


Portanto, a vida humana descende, por evolução, daqueles primeiros seres vivos microscópicos. Mas diz também, a Bíblia, que Adão e Eva foram instalados no Jardim do Éden onde viveriam felizes para sempre. Não teriam dores, nem problemas ou dificuldades. Não experimentariam a velhice, a doença, a morte. Mas para que isso fosse possível, Adão e Eva "NÃO DEVERIAM COMER O FRUTO DA ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL".

 O fruto não é a maçã, já que esta não é citada no texto bíblico. Mas entenderam os estudiosos da idade média que ela simbolizava o sexo. Mas, por que, Adão e Eva não deveriam ter relações sexuais, já que possuíam órgãos sexuais conforme ocorre com todos os seres vivos? Por conta dessa extravagante interpretação, durante séculos a atividade sexual foi situada como algo sujo e pecaminoso. Agora, perguntemos: E se Adão e Eva não tivessem cometido o "PECADO", o planeta Terra até hoje estaria habitado apenas pelo casal? Como Adão e Eva poderiam cometer o "crime" da desobediência se, não sabiam discernir entre o bem e o mal, não tinham noção do que é certo ou errado, justo ou injusto, obedecer ou desobedecer? Se Deus, que é bom, não é capaz de perdoar "a desobediência do casal", como espera Ele que exercitemos o perdão ensinado por Jesus? Deus, então, errou, por ter criado dois seres rebeldes, desobedientes e curiosos? Sabemos que não. Mas, de acordo com Emmanuel, no livro “A CAMINHO DA LUZ”, psicografado por Chico Xavier, encarnaram aqui na Terra, Espíritos que foram expulsos de um planeta do sistema de Capela, que fica na Constelação de Cocheiro, situado a 42 anos-luz de nosso planeta. Tais espíritos "perderam" o paraíso, ou seja, o planeta em que moravam, que era mais evoluido, para vir morar em nosso planeta na fase primitiva.
 Estes Espíritos deram origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada RAÇA ADÂMICA. Muito adiante do homem terrestre em inteligência e cultura, eles promoveram notável surto de progresso em nosso planeta. Deles originaram-se o grupo dos Árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia. Quando eles aqui chegaram, a Terra já estava povoada desde tempos antigos, como a América (pelos índios), quando aqui chegaram os europeus. Um exemplo é Caim, que após matar seu irmão Abel, saiu vagando pelo mundo, por ordem de Jeová, encontrando assim, a terra de Nod, a leste de Éden, onde conheceu sua esposa dando-nos a entender que havia mais pessoas habitando o paraíso. Mas lembremos que, assim como Adão e Eva, Caim e Abel também são figuras alegóricas, estes simbolizam a personalidade das criaturas.

E o barro citado na Bíblia? Na Bíblia diz: "Deus tomou um pouco de barro, deu-lhe forma humana, soprou-lhe as narinas e surgiu o primeiro homem." Há algo de real escondido na fantasia bíblica. Podemos situar o barro como símbolo dos elementos químicos usados por Deus para criar o Homem. O corpo humano foi constituído dos elementos materiais básicos deste planeta. E costela significa que a mulher é da mesma natureza do homem, não lhe é inferior, mas sua igual e o homem deve amá-la como parte de si mesmo. Lembremos que esta versão Adão e Eva foi contada por Moisés a um povo ignorante que não entenderia a história real. Assim como fazemos com nossas crianças sobre vários assuntos. Pensemos: "Se até hoje muitos não entendem, imaginemos naquela época."


Então, com a RAÇA ADÂMICA, aconteceu o mesmo que vem acontecendo com a população do nosso planeta Terra. Aqueles que persistirem na maldade, não reencarnarão mais na Terra (serão expulsos do paraiso), ou seja, NÃO HERDARÃO A TERRA, como afirmou Jesus. Na medida em que retornarem ao Além (ao desencarnar), haverá a separação do joio e do trigo. Os Espíritos que persistirem no mal (OS JOIOS) encarnarão em planetas inferiores, ONDE HAVERÁ CHORO E RANGER DE DENTES, porque enfrentarão limitações e dores que funcionarão como lições que ajudarão na eliminação das falhas morais que ainda fazem parte da sua personalidade, até que aprendam a serem mansos e pacíficos, para que suas atitudes sejam dignas de filhos de Deus. Os bons (OS TRIGOS) continuarão a reencarnar na Terra, que está deixando de ser um mundo de provas e expiações (onde habitam Espíritos ignorantes e maldosos) para ser um mundo de regeneração (onde habitarão Espíritos regenerados), para que o Reino de Deus (que é de amor, de caridade, de paz, de solidariedade, etc.) se instale na Terra. Então, podemos concluir que, a RAÇA ADÂMICA, foi expulsa do "PARAÍSO", ou seja, de um planeta superior do sistema de Capela, estrela pertencente à Constelação de Cocheiro, para morar num planeta inferior (Terra), por não seguirem as leis divinas. Como disse Jesus, "HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI".

Processo Evolutivo

O progresso material, físico e espiritual da humanidade, está submetido à lei universal de causa e efeito, sob a qual, o espírito humano através de circunstâncias e de recursos que a vida lhe propõe, é induzido a alcançar o seu mais elevado destino que é a perfeição.

Nesse processo infalível, as individualidades e as coletividades, são colocadas nas respectivas salas de aula compatíveis com o grau evolutivo alcançado. Essas salas de aula, são os lares, os bairros, as cidades, os estados, os países e os continentes. É assim que os espíritos ao reencarnarem são localizados nos lares e nas coletividades que lhe são afins, ou que se ajustam às suas necessidades de expiação e de prova.

A medida que completam o tempo de aprendizado em suas respectivas salas de aula, migram só, ou com os seus grupos familiares para outras condizentes com as suas necessidades evolutivas e expiatórias, ou seja, mudam para outros bairros, cidades, estados, países ou continentes.

É dessa forma que o espírito em evolução e resgate, é situado na sala de aula adequada onde é submetido a uma convivência irrestrita de onde só sairá quando cumprir os respectivos resgates e assimilar as lições que nela estão contidas. Quanto mais rápido aprender as lições que as circunstâncias lhe propõem e cumprir os resgates necessários, mais rápido poderá migrar para uma outra sala em busca de novos aprendizados.

Nesse contexto, o espírito é colocado no lugar certo, junto as pessoas certas e na hora certa, onde participará de acontecimentos individuais e coletivos, ajustados as suas necessidades de expiação e de prova.

À cada ciclo evolutivo, no decorrer dos séculos e dos milênios, cada uma dessas salas de aula ofereceram aos espíritos reencarnados, um tipo específico de aprendizado, calcado na cultura e nos costumes predominantes de cada região e de cada época. É nessa transmigração regional que os espíritos evoluíram e evoluem na Terra, vivendo valiosas oportunidades.

No mundo espiritual, os espíritos afins são atraídos para os planos vibratórios aos quais se ajustam. No plano físico, isso ocorre através das fronteiras, por isso, na fase evolutiva em que nos situamos, onde não existe uma homogeneidade de sentimentos, as fronteiras ainda são necessárias para aglutinar as massas de espíritos afins.

A Terra, embora tenha sido a mãe pródiga e generosa suportando as agressões a cada geração dos seus habitantes, neste final de século, com a entrada do terceiro milênio, tudo indica que deverá completar seu ciclo evolutivo na condição de planeta de expiação e de prova, entrando em um novo ciclo evolutivo, ao qual se referiu Jesus ao profetizar para os apóstolos no mundo espiritual, conseqüentemente, o remanejamento universal da humanidade terá que ser efetivado através de grandes imigrações. A seleção natural dos espíritos, a qual Jesus também se referiu, vem se operando através do tempo e das leis de causa e efeito, reunindo dentro das fronteiras territoriais as massas homogêneas, colocando-as nos locais estratégicos, onde os acontecimentos futuros, facilitarão as imigrações.

Na Revista Espírita, editada por Kardec no mês de outubro de 1866, ele publicou sob o título: As instruções dos espíritos sobre a regeneração da humanidade, as informações que foram recebidas em abril do mesmo ano, através do sonambulismo, pelos médiuns denominados como Srs.: M. e T., falam do remanejamento dos espíritos, referindo-se à transformação moral da humanidade:

”Quando essa melhora for isolada e individual, passará inapercebida e não terá influência ostensiva no mundo. O efeito será outro quando for operada simultaneamente em grandes massas. Porém, então, conforme as proporções, em uma geração as idéias de um povo ou de uma raça poderão ser profundamente modificadas. É o que se nota quase sempre depois dos grandes abalos que dizimam populações. Os flagelos destruidores só destroem o corpo; mas não atingem o espírito; ativam o movimento de vai-e-vem entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, em conseqüência do movimento progressivo dos espíritos encarnados e desencarnados. É um desses movimentos gerais que se opera neste momento, e que deve determinar o remanejamento da humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico dos tempos, pois estes devem apressar o surgimento dos novos germes...”

Os espíritos, ao afirmaram sobre a multiplicidade das causas de destruições, eles sabiam que no curso de mais algumas décadas o homem iniciaria uma corrida armamentista que culminaria em um incomensurável poder de destruição. Isso, sem contar os efeitos dos desequilíbrios morais que através dos séculos plasmaram uma virose astral que vem se corporificando a cada geração, culminando com doenças irreversíveis que desafiam a ciência contemporânea.

Não é preciso ser um profeta ou um adivinho para saber como se desencadeará esse processo. Com o conhecimento das leis de causa e efeito, basta dar uma analisada no panorama que nos apresenta as diversas escolas e suas respectivas salas de aula e vamos descobrir de onde partirão as grandes massas reprovadas, e de que forma.

Antes de uma análise apressada, devemos entender que o status evolutivo das regiões e dos países que as compõem, não pode ser medido apenas pelo avanço cultural, científico, tecnológico ou econômico, mas sim, e principalmente, pelas atitudes, pelos pensamentos e pelos sentimentos que cultiva a maioria dos seus habitantes. Na Ásia, assistimos a predominância do fanatismo religioso e do despotismo, promovendo a violência e a morte; na Europa e na América do Norte, sob a égide do egoísmo humano, temos a predominância do capitalismo selvagem que, neste final de século e de milênio, afetou todos os continentes, disseminando a fome e alimentando as guerras no mundo. Esse é um quadro parcial, mas o mais grave de todos, cujo final já está plasmado no éter em poderosas egrégoras emanadas dos pensamentos e dos sentimentos dessas coletividades. Segundo a lei de causa e efeito, essas regiões deverão experimentar os amargores da destruição que vêm promovendo, tornando-se vítimas de si mesmas.

O leitor deverá estar perguntando-se: e aqueles que, embora fazendo parte dessas coletividades, não participam dos sentimentos e pensamentos predominantes? Sofrerão inocentes?

Na Terra não existe ninguém sofrendo inocente! Se alguns dos habitantes dessas regiões não estiverem inscritos nesse quadro de provações, com certeza, já migraram ou migrarão para a sala de aula que lhes é do merecimento. Entretanto, devemos entender que alguns, embora, nesta vida, não tenham participado desses sentimentos coletivos, poderão estar ali para resgatarem débitos contraídos em outras existências, deverão perecer, mas não serão excluídos do planeta.

Todas as regiões da Terra, sofrerão o remanejamento necessário. Não serão apenas as guerras que promoverão o expurgo dos espíritos que deverão partir para o mundo destinado a recebê-los. A natureza possui recursos ainda incompreendidos pelo homem que, de certa forma, contribuirão com o plano divino para essa imigração, sem violência e de forma natural.

No Brasil se concentra uma massa selecionada de espíritos que compõem a maioria da sua população encarnada, a qual, atingiu um grau elevado de mansuetude. Em vista dessa qualidade predominante, surgirá como o grande benfeitor da humanidade! Trabalhará arduamente para socorrer o que restará do velho mundo. Finalmente assumirá o papel de Coração do Mundo e, mais tarde, com a religiosidade esclarecida pelo conhecimento das leis de causa e efeito e da reencarnação, se consagrará definitivamente como a Pátria do Evangelho. 
Marco Aurélio Rocha
Espiritismo na Rede

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Emmanuel...Um pouquinho Mais...



1.500 anos depois...(...Senador Públio Lentulus Cornélius...)

A Missão Espiritual de Manuel da Nóbrega

Pedro Álvares Cabral, em 22 de Abril de 1500, chegou ao Brasil, tocando seu solo pela primeira vez, do hoje Estado de Bahia. Em 1549 chegam os primeiros jesuítas, sendo chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega, que muito trabalhou pela Grande Unidade Fraternal.


Lutando firmemente contra a escravização dos nativos, fazendo seu trabalho de globalização respeitando a natureza do índio e preparando a vinda do Consolador.


A Companhia de Jesus, de tão nefasta memória, inaugurou um dos períodos mais lamentáveis da historia da humanidade, com o surgimento do “Tribunal da Santa Inquisição”, que fez milhares de vitimas, em nome de Jesus. Todo este trabalho, foi originado pela mente doentia, de seu fundador - Inácio de Loyola. Assim o papa Clemente XIV, tentou extingui-la, em 1773, com o seu “Dominus ac Redemptor”, exclamando com enorme tristeza, «Assino minha sentença de morte, mas obedeço à minha consciência.»


Em Setembro de 1774, este homem, falece, vitima de envenenamento, por tal decisão.


Esta ordem, uma instituição de clérigos, tinham como objectivo, além dos bens materiais, converter os indígenas ao Cristianismo. Paradoxalmente, como missionários, o principal propósito era a total obediência ao papa e seus superiores, ficando mesmo para um plano de menor importância, a mensagem de Jesus. No entanto, muitos dos subordinados não aceitavam essas directrizes, trazendo-lhes alguns dissabores. Sem qualquer receio, pois tinham como seu grande aliado o Meigo Jesus, sempre presente nas suas obras.


Um desses lutadores, de grande iluminação e legítimo missionário de Jesus, foi o padre Manuel da Nóbrega, conhecedor da verdadeira natureza do homem e de Deus.


IGUALDADE DOS POVOS - Nascido em 18 de Outubro de 1517, em Sanfins do Douro, entre Douro e Minho, norte de Portugal. Em Salamanca, estudou Humanidades, na Universidade local, e em 1541, bacharelou-se em cânones em Coimbra. Ingressando na Companhia Jesuíta em 1544, onde foi incumbido de chefiar a primeira missão, em Terras de Santa Cruz, juntamente com mais cinco companheiros.


Aportou na Bahia em 29 de Março de 1549, e fundou uma igreja, na qual foi o seu pároco, entregando-se de corpo e alma, levando a Palavra Amiga e Meiga de Jesus aos nativos.


Criou desde logo um método pedagógico e didáctico, com a instrução elementar e secundária. O seu trabalho foi de tamanha elevação, que foi contrário aos pseudo valores dos colonos. Estes, revoltaram-se e desencadearam forte oposição, sendo obrigado a intervir, o Rei de Portugal, D. João III. Criando um bispado, para que a catequese fosse investida de maior autoridade e força. Já o padre Manuel da Nóbrega respeitou sempre os valores, usos e costumes do povo colonizado, aconselhava, mas, sem nunca impor. A poligamia e a antropofagia, eram práticas comuns entre os nativos, mas esse inspirado, compreendia que os nativos eram povos menos evoluídos e portanto, necessitados de muito carinho. Amparando-os, para entenderem por eles próprios, que essas práticas eram desumanas. Nunca, mas nunca, através da força e da violência, como desejavam os seus superiores e os colonos, que esse, destruísse a sua cultura. Recusando-se a cumprir tais actos de violência, gerou graves desavenças, então, com o novo bispo, D. Pero Fernandes, sendo também o primeiro bispo do Brasil. Nos finais de 1552, esse notável Homem, foi obrigado a abandonar Salvador e partiu para a capitania de S. Vicente, onde em 1553, fundou a aldeia de Piratininga e nela o Colégio de S. Paulo, dando origem e sendo o fundador da actual cidade de São Paulo, em homenagem ao Apóstolo Paulo. Em 1553 fundou nova igreja, em Maniçoaba, uma pequena aldeia, além de uma confraria, com o nome Menino Jesus, que era constituída por crianças órfãos de portugueses, escravos e indígenas. Iniciando assim, a Grande Família Universal Humana, independentemente de seus costumes, etnias ou diversidade de populações, pois para esse Coração tão Grande, todos eram filhinhos do mesmo Pai, habitando o mesmo lar.


Continuando sua notável missão, tendo como Companheiro, o Amor de Jesus, fundou mais residências com esse propósito, gerando grande confusão para os colonos e os seus superiores. Em 1559, foi demitido do cargo de provincial, devido ao seu heróico comportamento, onde lutava firmemente contra a escravidão dos nativos, iniciando assim, a igualdade dos povos e a luta contra a exploração do homem pelo homem. Nada apreciado pelos seus superiores.


REACÇÃO QUÍMICA - Em Abril de 1563, foi confrontado com uma situação deveras difícil. Surgiu uma revolta contra os portugueses. Pacificando os revoltosos com a sua pureza e doçura, alicerçado no Divino Amigo, transmitido nas suas acções, que o ódio se combate com o Amor. Concluída a paz, a Rainha D. Catarina, regente do reino português, ficou surpreendida bem como os seus superiores, já que estes pensavam que nada fazia prever tal atitude dos revoltosos - os Tamoios. Em 1565, chegada a paz, aquela encarregou Estácio de Sá, administrador e militar, que supervisionava as terras brasileiras, de fundar uma nova colónia, com a participação dos jesuítas do qual o padre Manuel da Nóbrega, foi o primeiro superior máximo desta nova povoação, que hoje tem o nome da cidade do Rio de Janeiro. Estendendo-se a sua jurisdição a outras cidades; Santos, Piratininga, Espírito Santo, São Vicente, sendo também o fundador da cidade de Salvador, Bahia, a primeira capital do Brasil.


Esse Notável Espirito (encarnado) teve o gigante contributo na história do Consolador prometido por Jesus, regressando à pátria espiritual, em 18 de Outubro de 1570, no dia em que completava o seu quinquagésimo terceiro aniversário, na cidade do corcovado.


Deve-se a este Espírito notável, a Grande Preparação mental e espiritual, e mesmo a criação das grandes comunidades sedentárias, como; Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Cidades essas impulsionadoras e geradoras da evolução exponencial do Espiritismo.


Assim, o padre Manuel da Nóbrega foi o grande catalisador da futura grande reacção química no Brasil, onde juntou alguns reagentes, com os sábios ensinamentos de Jesus, com a mediunidade pura e simples dos nossos amigos e irmãos indígenas e africanos, tendo como produto da reacção - O Espiritismo - divulgado em todo o seu potencial.


1500 ANOS DEPOIS... - No entanto, a sua sublime edificação, continuou, sendo um dos responsáveis pela elaboração da Magistral Obra da Codificação no século passado, agora em espirito (desencarnado). Continuando no sec. XX com a elaboração de grandes tratados escritos.


Em 1927, em conjunto com o seu fiel companheiro de trabalho, o respeitável - Chico Xavier - dá continuidade à sua valiosa missão, fazendo 72 primaveras de uma equipe impar. Manuel da Nóbrega informou esse notável instrumento, das suas intenções, pois desejaria continuar sua obra ao lado dele, mas advertiu-o, que acima de tudo deveria procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec, e disse-lhe ainda mais, se algo que aconselhasse a este médium, não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Allan Kardec, o médium deveria permanecer sempre com eles. Este Iluminado, transmite-nos até aos dias de hoje, os seus conselhos amigos, abordando várias temáticas com a sua afável sabedoria. Consolando, amparando, fortalecendo almas perdidas e iluminando inteligências soberbas e vaidosas.


Deve-se a esse Espirito a fonte inesgotável de esclarecimento e aconchego para milhões de almas desnorteadas e desalentadas. Suas palavras são simples e objectivas e, em cada frase consegue reunir os três pilares da Doutrina Espírita.


Quanta sabedoria, quanta simplicidade, mas sobretudo, quanto Amor que nos envolve este filho da humanidade.


“Há 2000 anos”, desde o impiedoso senador romano, Públio Lentulus, decorridos “50 Anos Depois”, nas vestes do escravo grego de origem judia, Nestório, (...) surgindo 1500 anos depois, como padre português, Manuel da Nóbrega, um servo de Jesus preparando a Terceira Revelação. Hoje, passados 2000 anos, é um dos maiores educadores espirituais da grande família terráquea, nesta nossa pequenina pátria - Terra - o deslumbrante planeta azul.


O PREFIXO - Numa das conversas com o seu fiel companheiro de trabalho disse-lhe: «(...) conheci de perto, as angústias dos simples e as aflições dos degredados (...) quis o Senhor, que (...) o serviço do Brasil, não me saísse do coração. A tarefa evangelizadora continua. A permuta de nomes não importa», alicerçando de forma inegável, que o Espiritismo veio esbater o ego dos exacerbados nacionalismos. Desta forma, Manuel da Nóbrega, adicionou o prefixo “Em” ao seu nome, “Manuel”, dando origem ao nome de “EMMANUEL” - Bem Hajas, querido Amigo.



Artigo Publicado na Revista Internacional de Espiritismo (RIE)